2014-02-21 18:08:12

Pe. Lombardi sobre o Consistório: apelo do Papa e dos cardeais em favor da paz no mundo


Cidade do Vaticano (RV) - O Consistório extraordinário em andamento no Vaticano vive nesta sexta-feira seu segundo dia de trabalhos dedicados à família, na vigília do Consistório para a criação dos novos cardeais. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, concedeu uma coletiva aos jornalistas.

Família, mas não somente. Pe. Lombardi, após informar que 150 cardeais estiveram presentes na Sala nova do Sínodo, leu uma declaração sua, pessoalmente aprovada pelo Santo Padre, como declaração formal do Consistório sobre alguns problemas do mundo de hoje.

O texto ressalta a grande preocupação do Papa e do Colégio Cardinalício pelos cristãos que "em várias partes do mundo são cada vez mais vítimas de atos de intolerância ou de perseguição".

Igualmente, o pensamento do Consistório voltou-se para as nações como a Ucrânia, Sudão do Sul, Nigéria e República Centro-Africana, "dilaceradas por conflitos internos".

Do mesmo modo, afirmou Pe. Lombardi, "preocupa muito o persistir do conflito na Síria, que parece ainda distante de encontrar uma solução pacífica duradoura":

"Infelizmente, pôde-se notar que muitos dos conflitos em andamento são descritos como sendo de natureza religiosa, não raramente contrapondo sorrateiramente cristãos e muçulmanos, enquanto se trata de conflitos que têm primariamente raízes de natureza étnica, política ou econômica. Por sua vez, a Igreja Católica, ao condenar toda e qualquer violência perpetrada em nome da pertença religiosa, continuará seu compromisso em favor da paz e da reconciliação, mediante o diálogo inter-religioso e as múltiplas obras de caridade que diariamente oferecem ajuda e conforto aos sofredores em todas as partes no mundo."

Voltando ao Consistório, o Papa anunciou na manhã desta sexta-feira o nome dos três presidentes do próximo Sínodo da Família: trata-se do arcebispo de Paris, Cardeal André Vingt-Trois; o arcebispo de Manila, Cardeal Luis Antonio Tagle; e o arcebispo de Aparecida-SP, Cardeal Raymundo Damasceno Assis.

Com esses três cardeais de três continentes, comentou Pe. Lombardi, a equipe que guiará o Sínodo está completa. Até a parte da manhã, acrescentou referindo-se ao Consistório, foram feitos 43 pronunciamentos livres, e outros serão feitos na parte da tarde.

São muitos os temas abordados, a partir da antropologia cristã e da relação com o contexto da cultura secularizada, que traz consigo visões muito diferenciadas da família e da sexualidade.

Não tem havido "um clima de lamentações", ressaltou o porta-voz vaticano, mas, sobretudo, "de realismo ao ver a dificuldade da situação, da visão cristã numa cultura que certamente de modo prevalente segue em outras direções".

A esse respeito, prosseguiu, mais de uma vez foi feita referência "à teologia do corpo de João Paulo II". Encontra-se também uma série de pronunciamentos livres sobre temas da pastoral da família e, em particular, sobre a situação dos divorciados recasados e da admissão aos Sacramentos:

"Nisso houve uma série de pronunciamentos muito interessantes, muito amplos e muito serenos. Portanto, tem havido um aprofundamento – creio – do qual todos os participantes estão muito contentes, em que de modo algum houve uma decisão ou um pronunciamento sobre uma orientação particular, mas esse grande empenho a conseguir conjugar no modo melhor o tema da fidelidade à Palavra de Cristo e o tema da misericórdia na vida da Igreja com grande sensibilidade e atenção a todos os vários aspectos a serem levados em consideração." (RL)







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