Pe. Lombardi relata início, no Vaticano, dos trabalhos do Consistório extraordinário
Cidade do Vaticano (RV) - O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico
Lombardi, concedeu uma coletiva no início da tarde desta quinta-feira sobre o início
dos trabalhos do Consistório extraordinário. Em primeiro lugar, o porta-voz vaticano
convidou os jornalistas a meditarem sobre as breves palavras com as quais o Papa abriu
os trabalhos do Consistório:
"... porque foram longamente pensadas pelo
Papa, enunciadas num modo preciso e expressam uma impostação, uma orientação, uma
expectativa do Papa em relação ao trabalho destes dias."
O Pontífice –
reiterou Pe. Lombardi – convida a uma reflexão profunda que não se perca na casuística
de situações singulares, convida a uma reflexão profunda ciente de que a família se
encontra hoje numa condição difícil.
O arcebispo Loris Francesco Capovilla,
que foi secretário particular do Papa João XXIII, não participa do Consistório, informou
o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé acrescentando que o futuro purpurado foi
saudado com um longo aplauso.
Realizados na Sala nova do Sínodo, os trabalhos
da parte da manhã tiveram cerca de 150 participantes. Houve somente dois pronunciamentos
após a articulada relação, de aproximadamente duas horas, feita pelo Cardeal Walter
Kasper, preparada para uso dos purpurados, e que, portanto, "não será publicada":
"Vi
na relação do Cardeal Kasper uma grande sintonia com o que o Papa diz em suas palavras
introdutórias. Os fiéis, em situações que muitas vezes se tornaram difíceis, precisam
de tempo e de acompanhadores pacientes no caminho deles", disse.
Pe. Lombardi
referiu-se à relação do Cardeal Kasper ressaltando no texto do purpurado alemão uma
perspectiva muito ampla, que se coloca como uma abertura no caminho rumo ao Sínodo
de outubro próximo; no centro não se coloca em discussão a doutrina da Igreja, mas
uma reflexão nova a partir do Evangelho sobre a família na ordem da criação e da redenção,
com um olhar atento também aos problemas da pastoral de hoje. A família é indicada
como caminho privilegiado da nova evangelização, Igreja doméstica, banco de prova
da nova pastoral, caminho para o futuro. No texto não se acena especificamente às
uniões entre pessoas homossexuais. Dá-se espaço, ao invés, ao tema da validade do
matrimônio e ao tema dos divorciados recasados:
"Trata-se de manter juntos
o binômio inseparável da fidelidade às palavras de Jesus e da misericórdia, da compreensão
da misericórdia de Deus na vida das pessoas e, consequentemente, na ação pastoral
da Igreja", acrescentou.
Os trabalhos do Consistório prosseguiram na parte
da tarde, até as 19h locais. Nesta sexta-feira, às 13h locais, o religioso jesuíta
concederá outra coletiva na Sala de Imprensa da Santa Sé. (RL)