Cidade do Vaticano
(RV) – No nosso espaço dedicado aos 20 anos da publicação do Novo Catecismo da
Igreja Católica, vamos continuar a tratar, na edição de hoje, da fé.
O parágrafo
154 do Novo Catecismo nos diz que “Crer só é possível mediante a graça e pelos auxílios
interiores do Espírito Santo. Mas não é menos verdade que crer é também um ato autenticamente
humano. Não contraria nem a liberdade nem a inteligência do homem confiar em Deus
e aderir às verdades por Ele reveladas”. Na fé, a inteligência e a vontade humanas
cooperam com a graça divina.
A fé, um ato humano, é o tema da meditação de
hoje do Mons. Luiz Antonio Katelan:
“A fé é também um ato humano. A fé não
é um êxtase. A fé não é um ato que aconteça além da experiência humana, como se fosse
necessário perder estes sentidos, os cinco sentidos que Deus deu, dotou nossa natureza
humana, para entrar no nível da fé. Não! Pode haver algumas experiências extraordinárias,
místicas, no aprofundamento da fé, mas a fé, como tal não exige um ato assim, não
exige um êxtase como tal.
A fé é um ato humano, é um ato da inteligência,
que percebe, pela razão e pelo conhecimento da Revelação, percebe motivos para crer.
Motivos, não provas. Se houvesse provas, já não haveria mais fé, haveria conclusões,
simplesmente. A fé, percebendo então indícios, elementos, motivos, a conveniência
do crer, então a inteligência percebendo tudo isto, ela se abre e acolhe algo que
a transcende. Transcende, mas que se enraíza nela, se enraíza na inteligência, por
meio desses motivos da credibilidade. E tendo percebido isto, a própria vontade percebe
como a fé é desejável para dar sentido à vida humana. E a vontade se inclina então
para a fé, de tal maneira que entre a inteligência e a vontade, no ato da fé, existe
uma perfeita consonância, uma perfeita comunhão. De tal maneira que podemos dizer
que a fé é uma ato plenamente humano, um ato consciente, com base na inteligência,
um ato voluntario e portanto um ato livre”.