Pastoral Carcerária adverte: se encarceramento em massa fosse eficaz, violência no
Brasil estaria resolvida
Cidade do Vaticano
(RV) – A revolta e a barbárie no Complexo penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão,
trouxe à tona o problema das políticas penitenciárias no Brasil.
A superlotação
não é uma prerrogativa somente dos presídios masculinos. A situação das mulheres presas
também preocupa. A começar pela estrutura: as prisões femininas são adaptações das
masculinas. E tudo acaba sendo improvisado, como berçário – quando há.
Nos
últimos 10 anos, a população carcerária triplicou – sendo o comércio de droga o principal
responsável por este aumento.
A Pastoral Carcerária há décadas vem acompanhando
esta transformação nos presídios brasileiros, alertando as autoridades para o perigo
que o colapso do sistema prisional representa para a sociedade.
Ir. Petra Pfaller
mc é a Vice-Coordenadora Nacional da Pastoral Carcerária. Contatada pela Rádio Vaticano,
ela relata o que encontrou numa de suas visitas mais recentes, na cadeia pública de
Manaus, e a atenção especial que o Papa Francisco dispensa aos encarcerados e como
seus gestos motivam a Igreja brasileira
Dos quase 600 mil presos no Brasil,
2/3 são jovens entre 18 e 25 anos – estatística que se reflete também na população
carcerária feminina. O que aconteceu no Maranhão, pode ser constatado em outras partes
do Brasil. Aliás, Ir. Petra afirma que por todo território nacional há muitos Maranhões.
E adverte: são necessárias penas alternativas, pois se prisão fosse eficaz, o problema
da violência estaria resolvido no Brasil.