Cristãos e judeus, compromisso social baseado nas Escrituras
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco teve uma agenda cheia na manhã desta
quinta-feira. Um de seus compromissos foi o encontro com o Comitê Judaico dos Estados
Unidos, um grupo de 55 pessoas. Esta organização mantém relações com a Santa Sé há
vários anos e já se encontrou com outros Papas no passado. Francisco agradeceu seus
membros por ter contribuído muito no diálogo e na fraternidade entre judeus e cristãos.
Em
2015, serão comemorados 50 anos da Declaração ‘Nostra aetate’, do Concílio Vaticano
II. Este documento é ainda hoje uma referência imprescindível para o relacionamento
entre cristãos e judeus, e, disse o Papa, “uma fonte de inspiração para refletir sobre
o patrimônio espiritual que nos une e que constitui uma base para o diálogo, ou seja,
a nossa relação com Deus”.
Além do diálogo, o Francisco destacou a ação conjunta
de judeus e cristãos na construção de um mundo mais justo e fraterno, servindo os
pobres, os marginalizados e os que sofrem. “Este nosso compromisso se funda nas palavras
das Escrituras sobre a proteção do pobre, da viúva, do órfão e do estrangeiro (Ex
20,20-22)”, disse o Papa, recordando que “este é um dever que nos foi confiado por
Deus: reflete a Sua santa vontade e Sua santa justiça, é um autêntico dever religioso”.
A este ponto do discurso, o Papa fez uma ressalva: “Para que isto seja válido,
é importante que transmitamos às novas gerações o patrimônio de conhecimento recíproco,
estima e amizade construído nestes anos”. O Pontífice disse ainda que seria bom se
cristianismo o hebraísmo fossem temas de estudo respectivamente em seminários e comunidades
judaicas, para aumentar o conhecimento mútuo.
Terminando, lembrou que em maio
irá a Jerusalém, onde todos nós nascemos (Sal 87,5) e todos os povos se unirão (Is
25,6-10). Pedindo as orações de todos para que esta peregrinação traga frutos de comunhão,
Francisco se despediu dizendo “Shalom!”. (CM)