Igreja Anglicana acelera trâmites para ordenação de mulheres bispo
Londres (RV) – O Sínodo Geral da Igreja Anglicana deu respaldo nesta terça-feira
(11), à legislação que levará à autorização da ordenação da primeira mulher bispo
da Igreja da Inglaterra, antes dos final de 2014.
Reunidos em Londres desde
segunda-feira, o Sínodo Geral – formado por bispos, pastores e leigos – concordou
em reduzir de seis para três meses o período em que deverá ser realizada uma consulta
sobre esta legislação nas suas 44 dioceses. Na votação sobre a matéria, 358 foram
favoráveis, 39 contra e 9 se abstiveram, decisão que abre caminho para a aprovação
final da controvertida legislação, em julho próximo. Se aprovada, a nova legislação
entrará em vigor antes de novembro de 2014.
No final de 2012, o Sínodo Geral
rechaçou a ordenação de mulheres bispo após anos de intensos debates, o que levou
a uma ruptura na comunhão anglicana. Christina Rees, da Diocese de St Albans, disse
que "ter um período de seis meses não ajudará aqueles que se opõe, em princípio, à
ordenação de mulheres. O que fará é continuar a permitir que a Igreja e este Sínodo
façam papel de ridículo, minando ainda mais a nossa credibilidade”, assinalou.
David
Banting, da Diocese de Chelmsford, por sua vez, criticou a aceleração deste trâmite
por considerá-lo “sem precedentes, irresponsável e ademais, não ajuda em nada”.
O
Sínodo Geral reúne-se na ‘Church House’ – próximo ao Parlamento britânico – para debater
assuntos como as inversões éticas e a ordenação de mulheres bispo.
Este último
tema vem causando divisões muito profundas na comunidade anglicana, levando alguns
fiéis e pastores a manifestar a intenção de abandonar a Igreja Anglicana, passando
para a Igreja Católica.
Entre outros temas, o Sínodo analisa a importância
em apoiar inversões éticas, depois que o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, criticou
em 2013 as instituições financeiras que concedem crédito a curto prazo e a juros muito
altos, levando muitas vezes a um maior endividamento das pessoas, que buscam estes
empréstimos por encontrarem-se em situações financeiras limite.
Welby considera
que as atividades destas organizações são moralmente incorretas e se diz favorável
ao estabelecimento de um limite sobre quantidade de dinheiro que uma pessoa possa
receber em empréstimo. (JE)