2014-02-12 19:13:38

Arcebispo de Cantuária pede que temores quanto à ordenação de mulheres como bispo sejam superados


Londres (RV) – O Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, pediu nesta quarta-feira à Igreja da Inglaterra para que “supere” seus temores no que diz respeito à ordenação de mulheres como bispo, tema que tem gerado forte divisão na comunidade anglicana.

Welby, que desde a última segunda-feira preside na ‘Church House’, em Londres, o Sínodo Geral dos anglicanos, considerou necessário que se produza uma “gigantesca mudança cultural” na Igreja da Inglaterra para superar os desacordos e construir “amor e confiança” entre os diversos grupos.

O chamado à reconciliação deu-se após o Sínodo Geral – formado por bispos, pastores e leigos – ter votado a favor da legislação que poderá levar à ordenação da primeira mulher bispo da Igreja da Inglaterra, ainda em 2014.

Com relação à comunidade gay, Welby declarou existir “grandes temores de que nossas decisões nos levarão ao rechaço dos LGBT (comunidade lésbica, gay, bissexual e trans), a um comportamento que será equiparado ao racismo”. “Quando trabalharmos para superar o temor e para unir mais a sociedade – acrescentou - é que poderemos observar uma verdadeira mudança”.

O debate sobre a ordenação de mulheres como bispo tem causado profundas divisões na comunidade anglicana, levando muitos pastores e fiéis a ameaçar abandonar a Igreja da Inglaterra e unirem-se à Igreja Católica.

Nesta terça-feira (11), o Sínodo Geral da Igreja Anglicana havia dado respaldo à legislação que levará à autorização da ordenação da primeira mulher bispo da Igreja da Inglaterra.

Reunido em Londres desde segunda-feira, o Sínodo Geral concordou em reduzir de seis para três meses o período em que deverá ser realizada uma consulta sobre esta legislação nas suas 44 dioceses. Na votação sobre a matéria, 358 foram favoráveis, 39 contra e 9 se abstiveram, decisão que abre caminho para a aprovação final da controvertida legislação, em julho próximo. Se aprovada, a nova legislação entrará em vigor antes de novembro de 2014.

No final de 2012, o Sínodo Geral rechaçou a ordenação de mulheres bispo após anos de intensos debates, o que levou a uma ruptura na comunhão anglicana. Christina Rees, da Diocese de St Albans, disse que "ter um período de seis meses não ajudará aqueles que se opõe, em princípio, à ordenação de mulheres. O que fará é continuar a permitir que a Igreja e este Sínodo façam papel de ridículo, minando ainda mais a nossa credibilidade”, assinalou.

David Banting, da Diocese de Chelmsford, por sua vez, criticou a aceleração deste trâmite por considerá-lo “sem precedentes, irresponsável e ademais, não ajuda em nada”.

Entre outros temas, o Sínodo analisa a importância em apoiar inversões éticas, depois que o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, criticou em 2013 as instituições financeiras que concedem crédito a curto prazo e a juros muito altos, levando muitas vezes a um maior endividamento das pessoas, que buscam estes empréstimos por encontrarem-se em situações financeiras limite.

Welby considera que as atividades destas organizações são moralmente incorretas e se diz favorável ao estabelecimento de um limite sobre quantidade de dinheiro que uma pessoa possa receber em empréstimo. (JE)









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