Os cristãos vivam como "lâmpada acesa" no mundo: Papa Francisco, domingo ao Angelus
Aos fiéis que enchiam a Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus neste V
Domingo comum o Papa Francisco recordou que no Evangelho (que vem logo depois das
bem-aventuranças) Jesus diz aos seus discípulos: "Vós sois o sal da terra ... Vós
sois a luz do mundo", coisa que tanto nos surpreende se pensarmos que, quando pronunciava
estas palavras, Ele tinha diante de si apenas pescadores, gente simples. Mas Jesus
os olha com os olhos de Deus, esclareceu, e a sua afirmação entende-se como consequência
das bem-aventuranças, como quem diz: se fordes pobres em espírito, mansos, puros
de coração, misericordiosos ... sereis o sal da terra e a luz do mundo!
A própria
lei judaica – continuou o Papa - prescrevia para colocar um pouco de sal sobre cada
oferta apresentada a Deus, como sinal de aliança. E a luz, para Israel, era o símbolo
da revelação messiânica que triunfa sobre as trevas do paganismo. E daqui o Papa tira
as consequências para o cristão de hoje:
“Os cristãos, o novo Israel, recebem
portanto uma missão em relação a todos os homens: com a fé e a caridade podem orientar,
consagrar, fazer fecunda a humanidade. Todos nós os baptizados somos discípulos missionários
e somos chamados a nos tornarmos no mundo um evangelho vivo: com uma vida santa daremos
"sabor" aos diferentes ambientes e os defenderemos da corrupção, como faz o sal; e
levaremos a luz de Cristo com o testemunho de uma caridade genuína. Mas se os cristãos
perdem o sabor e se apagam, a sua presença perde a eficácia”.
É, pois,
muito bela a missão do cristão no mundo, acrescentou espontaneamente o Papa, ser sal
e ser luz, sublinhando que o cristão não deve sê-lo apenas de nome. “Como quereis
viver, perguntou aos presentes, como lâmpadas apagadas ou como lâmpadas acesas? E
concluindo que “ser lâmpada acesa é a vocação do cristão.
Depois do Angelus
o Papa recordou que no dia 11 de Fevereiro Festa de Nossa Senhora de Lourdes celebra-se
o Dia Mundial do Doente, uma ocasião propícia para colocar no centro da comunidade
as pessoas doentes, para rezar para elas e com elas, ficar perto delas. E a este propósito
o Papa recordou o trabalho precioso dos operadores sanitários que diariamente encontram
nos doentes não apenas corpos marcados pela fragilidade, mas pessoas, a quem prestar
atenção e dar respostas adequadas: E disse:
“A dignidade da pessoa nunca se
reduz às suas faculdades ou capacidades, e não termina quando a própria pessoa é fraca,
deficiente e necessitada de ajuda. Penso também nas famílias, onde é normal cuidar
de quem está doente, mas por vezes as situações podem ser mais pesadas ... Muitas
pessoas me escrevem, e hoje gostaria de assegurar uma oração por todas estas famílias,
e dizer-lhes: não tenhais medo da fragilidade! Ajudai-vos uns aos outros com amor,
e sentireis a presença reconfortante de Deus – concluiu o Papa, reiterando uma vez
que “a atitude generosa e cristã para com os doentes é sal da terra e luz do mundo”
e implorando a Virgem Maria para que nos ajude a praticá-lo, e obtenha a paz e conforto
para todos os que sofrem. A concluir este momento de oração o Papa dirigiu o pensamento
nos Jogos Olímpicos de Inverno que decorrem por estes dias em Sochi, na Rússia, e
quis estender a sua saudação aos organizadores e a todos os atletas, com a esperança
de que o evento seja uma verdadeira festa do desporto e da amizade.