"É alarmante" a baixa taxa de natalidade em Portugal, diz Bispo de Porto
Porto (RV) – O administrador apostólico da Diocese do Porto, Dom Pio Alves,
considera que a diminuição da taxa de natalidade é mais “alarmante” do que a crise
financeira que atinge Portugal.
Em artigo publicado no Semanário ECCLESIA,
o também presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações
Sociais escreve que a diminuição da taxa de natalidade é uma situação “alarmante,
bem mais grave do que a grave situação financeira que o país atravessa” avisando que
“quando for corrigida, a atual situação terá deixado marcas que durarão por gerações”.
“Urge
que se multipliquem os sinais efetivos de cooperação com as famílias, urge recriar
um ambiente propício à vida familiar, que ajude a superar dificuldades objetivas,
a vencer o medo à incerteza”, afirmou Dom Pio Alves, ressaltando que todos na sociedade
tem “obrigação de ajudar a criar condições para que as famílias respondam com generosa
responsabilidade a esta verdadeira emergência nacional”.
Para o Administrador
Apostólico, é necessário envolver toda a sociedade para “ajudar a criar condições
que invertam a situação”, observando que a Igreja “tem um papel importante na sensibilização
da população”, mas cabe também “ao Estado, ao governo, a cada um (pessoas, empresas
e instituições) olhar para as condicionantes que arrastaram o país e as famílias para
esta situação”.
“O mundo da política vai deixando, de vez em quando, sinais
de que conhece a situação e reconhece a sua gravidade, mas, depois, a prática acaba
por ficar, sistematicamente, muito aquém das promessas”, lamenta o presidente da Comissão
Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
Segundo dados
avançados pela Pordata, em 1960 nasceram em Portugal mais de 213 mil crianças, um
valor que em 2012 não chegou aos 90 mil.