Cidade
do Vaticano (RV) - A festa litúrgica da Apresentação do Senhor cai fora do tempo
de Natal. Ela celebra Maria e José, obedientes à Lei, levando ao Templo o Menino Jesus,
quarenta dias após o seu nascimento.
O Profeta Malaquias, na primeira leitura,
fala da ação do Messias, do anjo da aliança, daquele que purificará os filhos de Levi
– o chefe da linhagem sacerdotal – tornando aceitável ao Senhor a oblação de Judá
e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos.” De fato, tempos depois
da instituição do Templo, seu culto se corrompeu e Deus se afastou do lugar sagrado.
O tempo da justiça está voltando, o pobre, o inocente, o marginalizado voltarão a
ser respeitados e a ter suas necessidades satisfeitas porque o homem voltou a respeitar
a aliança com Deus. Toda a injustiça será varrida e o coração do homem será tão bem
lavado como a barrela dos lavadeiros torna limpos os tecidos sujos, como o fogo da
forja purifica a prata.
Desta leitura podemos apreender que o que quebra a
aliança entre Deus e nós é a mesma coisa que quebra nosso relacionamento com o outro.
Por isso Jesus disse em MT 5, 23-24, “ se estiveres para trazer a tua oferta ao altar
e ali te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta
ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; depois virás apresentar
a tua oferta.” Jesus é aquele que se dá ao Pai por nós e, com isso, a aliança é refeita.
No
Evangelho de Lucas fica claro a solidariedade de Jesus para com os pobres, Seus pais
portam a oferta dos pobres – um par de rolas ou dois pombinhos – e não um cordeiro,
como os ricos.
Também as pessoas de Simeão e de Ana simbolizam aqueles que
perseveram na fé e na esperança de um mundo melhor, de acordo com os ditames do Reino
de Deus e de sua justiça.
Jesus, sinal de contradição dito por Simeão, é a
própria luz que ilumina os homens de bem e o fogo que destruirá tudo o que prejudica
o ser humano.
Maria é a serva do Senhor, aquela que colocou em prática a vontade
do Pai e se entregou totalmente à realização do Reino. Sua opção teve conseqüências
já anunciadas por Simeão ao dizer que uma espada atravessaria seu coração. Também
nossas opções, se forem a favor do Reino de Deus e sua justiça, nos trarão situações
difíceis. Mas não tenhamos medo, Maria estará ao nosso lado e Jesus nos diz que Ele
venceu o mundo! (CAS)