Bispos austríacos concluem visita "ad Limina": as famílias nos dão esperança, diz
Dom Klaus Küng
Cidade do Vaticano (RV) - Uma Igreja com o rosto ancião e cuja comunidade de
fiéis tende a diminuir. Mas também uma Igreja que adquire nova vitalidade dos Movimentos
eclesiais, atraindo jovens.
São as faces da Igreja na Áustria, cujos bispos
foram recebidos pelo Papa nesta quinta-feira, ao término de sua quinquenal visita
"ad Limina", na qual Francisco entregou-lhes o discurso preparado para a ocasião.
Em
entrevista concedida à Rádio Vaticano, o bispo de St. Pölten, Dom Klaus Küng, explica
– em vista do Sínodo de outubro próximo – que a pastoral familiar é o ponto de partida
para relançar a vida eclesial austríaca:
Dom Klaus Küng:- "A pastoral
familiar tornou-se muito difícil, inclusive devido à diminuição da prática da fé.
95% dos que participam da preparação matrimonial já vivem juntos e por vezes têm filhos.
Portanto, são batizados, mas não suficientemente evangelizados, pode-se dizer... Ao
mesmo tempo, é preciso reconhecer que existe um bom número de famílias jovens que
realmente se esforça para viver uma vida cristã séria. E isso dá esperança."
RV:
Como se sabe, é uma situação difícil: são muitos os desafios pastorais, porém, poderia
ser também uma boa ocasião para relançar e interrogar-se de modo novo sobre como a
sociedade mudou...
Dom Klaus Küng:- "É verdade. É interessante ver como
agora a grande maioria da população, sobretudo os jovens, quer ter uma família – poderia
se dizer, embora a esta expressão não me agrade – "tradicional". Quer uma família
composta por um homem e uma mulher, para a vida inteira. É uma ocasião para a Igreja
– e penso que se trate inclusive de uma grande urgência – para anunciar o Evangelho
sobre a vida e sobre a família. Para se ter uma vida feliz é preciso o amor, e sem
a família, com o passar do tempo, isso não é possível."
RV: Como as
comunidades locais estão se preparando para viver o próximo Sínodo sobre a família?
Dom
Klaus Küng:- "A finalidade do questionário preparatório não é mudar a doutrina
da Igreja, mas verificar se essa doutrina é conhecida e como é aceita. Vê-se que muita
gente não conhece bem o que a Igreja diz. Encarregado pela Conferência episcopal,
enviei os questionários também aos Movimentos. E se vê que é possível viver aquilo
que a Igreja ensina: há um número muito ativo de famílias que vivem como uma missão
importante também mostrar aos outros o caminho que Nosso Senhor nos ensina." (RL)