Frutos e percalços na preparação do Concílio Vaticano II
Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória
Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a analisar os fatos que
antecederam a abertura do Concílio.
O Papa João XXIII, em 5 de junho de 1960,
anunciou o encerramento dos trabalhos da fase ante preparatória. Com o Motu Proprio
Superno Dei Nutu, deu início então à fase preparatória, criando comissões e secretariados
que deveriam ocupar-se da preparação imediata do Concílio.
Entre as comissões
criadas, existia uma Comissão Central presidida pelo Papa, e na sua ausência pelo
Secretário de Estado, que era integrada pelos presidentes das demais comissões, além
de Cardeais e Bispos de diversas partes do mundo. Sua missão era coordenar os trabalhos,
estabelecer a agenda dos temas a serem tratados no Concílio, além de estabelecer normas
e regulamentos para o seu funcionamento.
Uma das principais vantagens trazida
pelo modelo adotado foi envolver a Cúria na preparação do Concílio, pois a presidência
de cada uma das dez comissões foi confiada a um Cardeal Prefeito dos diferentes dicastérios.
Esta decisão, por outro lado, condicionou todo o trabalho preparatório, que ficou
quase que totalmente sob controle da Cúria romana.
A consulta realizada em
todo o mundo foi organizada durante meses em 15 grandes tomos e as propostas e esquemas
a serem submetidos à Comissão Central começavam a ganhar corpo. A falta de um canal
de comunicação entre as diferentes comissões ocasionou uma superposição de esquemas
e uma desarticulação do trabalho preparatório, tendo reflexos na aula conciliar.
O
início dos trabalhos deixou transparecer uma dissociação entre o Concílio sonhado
por João XXIII e os esquemas elaborados pelas comissões sob a supervisão da Cúria.
À exceção do esquema da Liturgia, todos os outros 70 foram rejeitados pela Assembléia.
Outro
problema que afetou as comissões foi a sua composição. João XXIII tinha o desejo que
a Igreja do mundo inteiro se envolvesse na preparação, o que na realidade acabou não
acontecendo concretamente.
Mas, quem nos traz uma análise dos méritos e deméritos
desta fase Preparatória do Concílio é o sacerdote e teólogo Pe. José Oscar Beozzo:
(clique acima para ouvir)
(Fonte: O Concílio Vaticano II: etapa preparatória,
Pe. José Oscar Beozzo)