2014-01-29 18:53:39

Bartolomeu I em Paris: "liberdade religiosa é mais do que uma simples tolerância das diferenças"


Paris (RV) – “A liberdade religiosa é muito mais do que a simples tolerância das diferenças”. Este foi, em essência, o tema do discurso proferido pelo Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I nesta quarta-feira, na Academia de Ciências Morais e Políticas de Paris. Este é o primeiro de uma série de pronunciamentos de Bartolomeu I, durante a visita de três dias que realiza a Paris. Amanhã, quinta-feira, o Patriarca receberá a laurea Honoris causa no ‘Institut Catholic’.

Recordando o contexto da difundida secularização que caracteriza hoje, de forma particular, a sociedade ocidental, o Patriarca – como refere o L’Ossservatore Romano – salientou como “a questão dos direitos humanos seja verossimilmente a questão central colocada para as religiões”. De fato, “entre os direitos humanos, o da liberdade religiosa constitui o maior desafio que as religiões enfrentam. Um desafio, porém, que garante também “perspectivas positivas”.

Neste sentido, observou como a liberdade religiosa requer “alguma coisa a mais” do que uma simples tolerância das diferenças. De fato, a verdadeira tolerância “não tem nenhuma relação com a aceitação niilista de tudo, com o desprezo pela verdade”. Ao contrário, “a abertura para tudo aquilo que é diferente pressupõe a valorização e o sincero respeito pela própria tradição”

Para o Patriarca Ortodoxo, “o problema fundamental” na correta abordagem à temática da liberdade religiosa consiste em “entender a verdade e a relação com a verdade”. Em particular, “é importante aceitar que os limites entre verdade e falta de verdade não coincidem com aqueles da nossa religião e a religião dos outros”. Isto, obviamente, “não significa aceitar o relativismo e o minimalismo teológico!”. Mas, “a verdade da religião não pode ser separada da verdade da liberdade humana”.

Assim, após ter reconhecido “a separação institucional entre Igreja e Estado” como “uma solução que respeita o direito à liberdade de religião”, o Patriarca denunciou o “fundamentalismo da modernidade que continua a considerar a religião como fenômeno pré-moderno, incompatível com o progresso da sociedade”. (JE)








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