Audiência: Papa ressalta a Crisma, "dom de Deus que nos ajuda a viver como cristãos"
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco encontrou-se, na manhã desta quarta-feira,
na Praça São Pedro, com numerosos peregrinos e fiéis, de diversas partes do mundo,
para a habitual Audiência Geral.
Em sua catequese semanal, o Santo Padre continuou
a tratar do Sacramento da Confirmação ou Crisma, que deve ser entendido como continuação
do Batismo, ao qual está igado de modo inseparável. Ambos os Sacramentos, junto com
a Eucaristia, formam um único evento salvífico – a iniciação cristã – no qual somos
inseridos por meio de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, que nos tornam novas criaturas
e membros da Igreja.
Eis porque, disse o Papa, estes três Sacramentos são celebrados
em um único momento, ao término do caminho catecumenal, geralmente na Vigília Pascal.
Assim era selado o percurso de formação e de gradual inserção na comunidade cristã,
que podia durar até alguns anos. Era feito passo a passo até chegar ao Batismo, depois
à Crisma e à Eucaristia:
“Geralmente, se fala de sacramento da Crisma, que
significa Unção. De fato, explico o Pontífice, através do óleo do Crisma somos conformados,
pelo poder do Espírito, a Jesus Cristo, o único e verdadeiro ungido, o Messias, o
Santo de Deus”.
O termo Confirmação recorda-nos também que este Sacramento
contribui para um aumento da graça batismal: ele nos une de modo mais sólido a Cristo;
leva ao cumprimento a nossa união com a Igreja; dá-nos uma força especial do Espírito
Santo para difundir e defender a fé, confessar o nome de Cristo e jamais termos vergonha
da sua cruz.
Por isso, é importante que as crianças recebam este sacramento
do Batismo, mas também da Crisma, para que seu caminho seja completo e recebam o Espírito
Santo. "Se vocês tiverem em casa, disse o Papa, crianças que ainda não receberam estes
Sacramentos, façam todo o possível para percorrer o caminho da iniciação cristã e
recebam a força do Espírito Santo." E o Pontífice acrescentou:
“Naturalmente,
é importante oferecer aos crismandos uma boa preparação, que deve visar uma adesão
pessoal à fé em Cristo e a despertar neles o sentido de pertença à Igreja. A Confirmação,
como todo Sacramento, não é obra dos homens, mas de Deus, que cuida da nossa vida,
de modo a plasmar-nos à imagem do seu Filho, tornando-nos capazes de amar como Ele
amou”.
Este Sacramento, afirmou o Papa, infunde em nós seu Espírito Santo,
cuja ação permeia toda a pessoa e toda a vida, como transparece nos sete dons que
a Tradição, à luz da Sagrada Escritura, sempre colocou em evidência. Estes sete dons
são: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus.
O
Santo Padre disse aos presentes na Praça São Pedro que vai dedicar suas próximas catequeses,
depois dos Sacramentos, a estes dons do Espírito Santo.
O Papa Francisco concluiu
sua catequese de hoje exortando os fiéis a acolherem o Espírito em nossos corações
e a deixá-lo agir. Através de nós, será Ele a rezar, perdoar, infundir a esperança
e a consolação, a servir os irmãos, a tornar-se próximo dos necessitados e dos últimos,
a criar comunhão, a semear a paz. Lembremos sempre, afirmou o Papa, que por meio do
Espírito Santo, Cristo realiza em nós e em meio a nós. Eis a importância de as crianças
receberem o Sacramento da Crisma.
Ao término da Audiência Geral, o Pontífice
pediu aos presentes para recordar-se sempre do Sacramento da Confirmação, agradecer
a Deus por este dom e pedir-lhe ajuda para viver como verdadeiros cristãos, caminhando
sempre com alegria, segundo o Espírito divino.
Por fim, foi feito um resumo
da sua catequese em diversas línguas, inclusive em português. Aos presentes de língua
portuguesa, o Papa disse:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa: uma
cordial saudação para todos! Lembrai-vos de agradecer o Senhor pelo dom do sacramento
da Crisma, pedindo-Lhe que vos ajude a viverdes sempre come verdadeiros cristãos,
para confessar por todo o lado o nome de Cristo! Desça sobre vós a Bênção do Senhor!”.
Ao
saudar os peregrinos de língua italiana, Francisco dirigiu-se em particular às Fundações
Associadas à Consulta Nacional Anti-usura, guiadas pelo Arcebispo de Bari, Dom Francesco
Cacucci, desejando que “possam intensificar o seu trabalho ao lado das vítimas da
usura, dramática praga social”. “Quando uma família não tem o que comer porque deve
pagar a taxa aos agiotas – advertiu o Pontífice -, isto não é cristão, não é humano!
E esta dramática praga social fere a dignidade inviolável da pessoa humana”.
Participaram
da Audiência Geral, entre outros, 350 pessoas pertencentes ao mundo do espetáculo
itinerante, provenientes do Trivêneto, acompanhados pelo Cardeal Antonio Maria Vegliò,
Presidente do Pontifício Conselho para os Migrantes e os Itinerantes.
Os circenses,
malabaristas, feirantes e agentes de parques de diversão participam da audiência papal
por ocasião da festa de São João Bosco, no próximo dia 31 de janeiro, padroeiro do
circo e dos trabalhadores de parques e feiras.
A maioria dos participantes
é proveniente da região de Rovigo, nordeste da Itália, conhecida como "a terra dos
parques de diversão”, devido à presença de fábricas, Museu de carrosséis, espetáculos
populares, e das muitas famílias, que trabalham nos espetáculos itinerantes. (MT)