2014-01-29 18:18:32

Ativista dos Direitos Humanos pede a Francisco a abertura dos arquivos eclesiais durante ditaduras no Cone Sul


Assunção (RV) - O ativista dos Direitos Humanos Martín Almada pediu nesta terça-feira, em uma mensagem endereçada ao Papa Francisco, a abertura dos arquivos eclesiais da época das ditaduras no Cone Sul. Almada solicitou ao Pontífice a divulgação dos referidos Arquivos no Paraguai, Argentina, Chile, Bolívia, Brasil e Uruguai nas décadas de 70 e 80, “para que se conheça a verdade, e a justiça seja feita”.

Almada solicitou acesso público às comunicações enviadas às autoridades vaticanas “sobre a trágica situação de nossos países naqueles anos de terrorismo de Estado, assim como sobre as centenas de cidadãos paraguaios detidos e desaparecidos na Argentina”.

Almada, que atualmente dirige a Fundação Celestina Pérez de Alamada - assim nomeada em homenagem à sua esposa - foi detido e torturado sob a acusação de “terrorismo”, devido a um estudo que escreveu sobre educação. Sua mulher, por sua vez, morreu de um ataque cardíaco após escutar por telefone os gritos das sessões de tortura do marido e receber sua roupa ensangüentada.

Em 1992, Almada descobriu os chamados “Arquivos do Terror”, documentos oficiais que revelam os abusos cometidos durante o regime do General Stroessner. A Comissão Verdade e Justiça (CJV) comprovou a existência de 425 execuções ou desaparecidos durante a ditadura e quase 20 mil detidos, a grande maioria vítimas de torturas.

A Justiça do Paraguai condenou somente um pequeno grupo de policiais por delitos cometidos durante a ditadura, em processos realizados pouco após o seu fim. (JE)








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