2014-01-29 15:44:57

Agricultura, motor indispensável do crescimento económico em África - Director Geral da FAO na cimeira da UA


Agricultura, motor indispensável do crescimento económico em África - Director Geral da FAO na cimeira da UA com o lançamento do “Desafio Fome Zero”

A agricultura deve tornar-se no motor de crescimento de que a África necessita para erradicar a fome e adoptar, de forma durável, a produção de víveres, declarou nesta quarta-feira, 29 de Janeiro, o Director geral da FAO, José Graziano da Silva.

Tomando a Palavra num evento organizado à margem da Cimeira da União África a decorrer em Adis-Abeba, José Graziano da Silva convidou a África a redobrar os esforços neste sentido, pois que “mais de um africano em cada cinco não goza do direito à alimentação” - deplorou.

Fazendo notar que a maioria das dez economias actualmente em maior crescimento no mundo se encontram em África, Graziano insistiu no facto de que a África tem capacidade para mudar a situação alimentar. O desafio para o continente – acrescentou – é tornar este crescimento económico mais incisivo, apostando no desenvolvimento agrícola e rural, nas mulheres e nos jovens.

Cerca de 75% dos africanos têm menos de 25 anos de idade, e ao longo dos próximos 35 anos, a população deverá permanecer essencialmente rural, com muitas famílias dirigidas por mulheres.

“A agricultura é o único sector da economia capaz de absorver essa mão de obra” – frisou o Director geral da FAO acrescentando ainda que “um futuro inclusivo e durável para a África deve passar necessariamente pelas mulheres, pelos jovens e pela agricultura”.

Ano da Agricultura e da segurança alimentar em África

Os Governos terão a oportunidade de renovar o seu apoio ao desenvolvimento agrícola em 2014, durante o Ano Africano da Agricultura e da Segurança Alimentar que será lançado esta semana no âmbito da Cimeira da União Africana.

“O lançamento deste Ano é uma etapa importante em direcção a uma África livre da fome de forma durável tal como que sonharam aqueles que por ela lutaram como Nelson Mandela e tantos outros” - insistiu José Graziano da Silva.

O Director geral da FAO sublinhou que o Ano africano da Agricultura e Segurança Alimentar será uma ocasião para valorizar os esforços do Plano Pormenorizado de Desenvolvimento Agrícola no Continente (PDDAA) lançado em 2003.

O Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar decorre ao longo de 2014 em paralelo com o Ano Internacional de Agricultura Familiar (AIAF) proclamado pela ONU.

“Ao longo de muitos anos e um pouco por todo o mundo, os pequenos agricultores, os criadores de gado e os pescadores artesanais foram considerados parte do problema da fome” – indicou José Graziano, dizendo que isto “inexacto. Os agricultores familiares são já os principais produtores de víveres na maior parte dos países, e podem fazer muitos mais se forem devidamente apoiados” – rematou.

Melhorando o acesso aos serviços financeiros, à formação, à mecanização e à tecnologia, pode-se transformar os agricultores de subsistência em produtores eficazes.

Aumentando a produção e preservando ao mesmo tempo os recursos naturais, a agricultura familiar constitui também uma alternativa durável às tecnologias que fazem uso intenso de insecticidas e fertilizantes e que têm levado à deterioração da qualidade dos solos, da terra, das águas e da biodiversidade – sublinhou o Director Geral da FAO.

Objectivo Fome Zero 2025

José Graziano da Silva congratulou-se com aquilo que descreveu como “o empenho, ao mais alto nível, dum continente inteiro” para pôr termo à fome em África daqui até 2025”.

A Cimeira da União Africana vai adoptar este objectivo ainda esta semana, em sintonia com o Desafio Fome Zero lançado pelo Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon em 2012.

Foto; uma criança malnutria fotografada em Ndjamena (Chade) em 2013













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