A visita do Papa Francisco à Coréia atrai a atenção ao "século asiático", diz Pe.
Piero Gheddo
Cidade do Vaticano (RV) – A viagem que o Papa Francisco deverá realizar a Coréia
no mês de agosto, “acende os refletores” para o “século asiático” que estamos vivendo.
Foi o que afirmou o Padre Piero Gheddo, missionário do Pontifício Instituto Missionário
Exterior e Decano dos sacerdotes jornalistas italianos, no Prefácio do livro “Ásia,
o desafio do terceiro milênio – os dez anos da Asianews”, editado pela Cantagalli.
“A
Ásia – explica o religioso – chama a nossa atenção como um terreno de encontros (e
conflitos) potencialmente destinados a mudar o mundo. São tantos, ainda, os objetivos
a serem atingidos, sobretudo no campo da defesa da vida humana, da tutela dos direitos,
da proteção do ambiente, da distribuição equitativa dos recursos”. “Por isto – continuou
o sacerdote – o trabalho da Asianews torna-se cada vez mais importante por dar voz
aos desejos, alegrias, dores e ânsias da Igreja e das populações da Ásia”.
A
Asianews – agência de notícias do PIME dirigida pelo Padre Bernardo Cervellera – celebra
com este volume suas duas primeiras décadas, comemoradas em outubro passado com uma
Convenção intitulada “Dez anos da Ásia. Dez anos da Asianews” e com uma mensagem enviada
ao Papa Francisco.
“Nestes anos, o site da Asianews, disponível em italiano,
inglês, chinês e agora também em espanhol, representou uma fonte indispensável de
informação para quem desejou permanecer atualizado e entender melhor a complexa vida
social, política, econômica e religiosa do grande continente, tornado protagonista
indiscutível deste século”, observou o sacerdote.
Na sua reflexão, o Padre
Ghedo sublinhou que isto ocorreu, sobretudo, pela Asianews noticiar “os testemunhos
dos cristãos da Ásia: personagens e histórias que mostram uma Ásia longe dos estereótipos,
fonte de esperança e exemplo de sacrifícios corajosos e fecundos, como o martírio
do Padre Ragheed, morto no Iraque, ou as violências sofridas pela Irmã Meena Barwa
e Padre Thomas Chellan, nas perseguições em Orissa, assim como os apelos de Mohammed
Chrstophe Bilek - que fala das dificuldades dos muçulmanos que se convertem ao cristianismo
-, ou ainda de Bao Yuanjin, militante do Partido Comunista chinês e que se tornou
sacerdote católico.
Mas também as histórias do Padre Kinley Tshering, único
sacerdote católico butanês, de Dom Taddeo Ma Daquin, Bispo de Shanghai perseguido
e preso, culpado pela obediência ao Papa e a de Enkh-Baatat, primeiro seminarista
nas estepes da Mongólia.
“Hoje – concluiu o religioso do PIME – a Ásia nos
desafia com as suas culturas, as suas religiões, as grandes contradições que atravessam,
um aparente incessante desenvolvimento econômico circundado por grande pobreza, fundamentalismos
e ditaduras de um lado e luta pela democracia e primaveras de liberdade por outro;
e ainda as antiguíssimas tradições e mudanças repentinas movidas por um profundo desejo
de renovação e evolução; e por fim, a missão determinante da Igreja entre sucessos
de evangelização e dramáticas perseguições. E este volume procura traçar um panorama
das sombras e luzes deste continente indecifrável pela grandeza e diversidade”. (JE)