Moscou (RV) – Domingo, 26 de janeiro, o Patriarca de Moscou, Kirill, e o Greco-ortodoxo
de Antioquia, Yohanna X Yazigi, fizeram um apelo conjunto à Conferência internacional
Genebra 2 sobre o conflito sírio, para convidar os participantes do encontro, em andamento
na Suíça, a rechaçar toda manifestação extremista, evitando a intolerância e a política
dos ultimatos. “Somente o diálogo livre e fraterno na comunidade síria – afirmam os
dois Patriarcas na carta – pode abrir o caminho a uma solução pacífica da crise”.
No centro da mensagem dos dois Primazes ortodoxos, está também o futuro dos
cristãos sequestrados no âmbito deste conflito, a começar pelos dois Bispos Metropolitas
de Aleppo, o greco-ortodoxo Boulos Yazigi (irmão do Patriarca Yohanna) e o sírio-católico
Mar Gregorios Yohanna Ibrahim – sequestrados em abril passado – e as irmãs levadas
no início de dezembro do convento de Santa Tekla em Maalula.
“Convidamos todas
as partes - escrevem Kirill e Yohanna - a mostrar humanidade e misericórdia como sinal
de sua intenção de restabelecer a paz na Síria”. A mensagem dos dois Patriarcas contém
também um apelo a deter a destruição da herança cultural e religiosa inestimável,
que enriquece a Síria, e cuja devastação representa um crime contra as futuras gerações.
Em Homs, uma das localidades mais atacadas pelo regime, vive o padre jesuíta
holandês Frans van der Lugt. Único europeu que permaneceu na cidade, postou uma vídeo
no Youtube descrevendo a situação da antiga Homs, assediada há um ano e sete meses,
onde existe uma comunidade de cerca de 70 cristãos.
“Nós e os muçulmanos estamos
vivendo uma situação difícil e dolorosa e sofremos com tantos problemas, sendo a fome
o principal”, diz Padre Frans. “As pessoas não têm o que comer, e nada é mais cruel
do que ver as mães nas ruas procurando comida para seus filhos”.
Outro problema
é a assistência médica, revela o jesuíta, que é há décadas o responsável pelos jesuítas
na Síria central: “Muita gente precisa ser operada e receber cuidados especializados.
Esperam sofrendo”, diz. (CM-Fides)