São Cristóbal recorda seu bispo, Dom Samuel Garcia
San Cristóbal de Las Casas (RV) – A organização denominada ‘Pueblo Creyente’
da equipo tsotsil da Diocese de San Cristóbal de Las Casas, no México, realizou uma
procissão na cidade em memória do Bispo Samuel Ruiz García, marcando o terceiro aniversário
de seu falecimento, ocorrido em 2011, aos 86 anos.
“Os povos indígenas e camponeses
têm ainda fome de verdade e de justiça para o caso Acteal; fome do cumprimento dos
Acordos de San Andrés e de paz para os povos indígenas”, afirmaram os manifestantes,
assinalando que querem defender os recursos naturais e impedir que sejam dadas novas
concessões para a exploração mineraria no estado.
O Bispo, Felipe Arizmendi
Esquivel, recordou as ameaças de morte que a mãe-terra e nós, seres humanos, sofremos
como efeito das políticas implementadas pelo sistema neoliberal estrutural, em sua
ambição de explorar os bens naturais.
Em sua fala, o bispo lembrou que Dom
Samuel era também conhecido como “O Caminhante”, pois durante 40 anos caminhou com
os povos e comunidades indígenas que se reuniram na procissão de domingo, 26.
O
bispo de San Cristóbal de las Casas destacou-se como defensor dos direitos dos povos
indígenas do México e da América Latina. Pediu incansavelmente que a Procuradoria
Geral da República investigasse sobre os instigadores do caso Acteal. No massacre,
ocorrido em 22 de dezembro de 1997, foram chacinados 45 indígenas tzotziles que rezavam
numa igreja na localidade de Acteal, no estado mexicano de Chiapas.
Entre
as vítimas, contavam-se dezesseis crianças e adolescentes, vinte mulheres (algumas
delas supostamente grávidas) e nove homens adultos.
Entre os presumíveis participantes
encontravam-se oito ex-oficiais das forças de segurança pública, condenados a penas
de pouco mais de três anos de prisão e libertados logo de seguida. (CM)