2014-01-27 13:44:43

Paquistão: britânico condenado por blasfêmia


Rawalpindi (RV) - No Paquistão, um Tribunal de Rawalpindi condenou à morte Mohammad Asghar, cidadão britânico de 70 anos, que foi preso em 2010 por blasfêmia. De origem paquistanesa, mas residente em Edinburgo – explica a agência Asia News -, o homem escrevera várias cartas a policiais, nas quais se proclamava profeta. Os seus advogados pediram aos juízes um ato de clemência, salientando problemas mentais do homem que também no Tribunal continuou a proclamar-se profeta.

Os advogados apresentaram ainda uma documentação do Royal Victoria Hospital, de Edimburgo, na qual os médicos explicam que Asghar sofre de uma patologia esquizofrênica e paranóica. O Tribunal recusou todos os pedidos de clemência e não aceitou os relatórios dos médicos britânicos. Os advogados vão agora apresentar aos juízes a moratória de 2008 sobre a pena de morte e esperam que a decisão seja anulada no Tribunal de Apelação,

Um porta-voz do governo escocês disse que esta “preocupado” com a situação: “Exortamos as autoridades paquistanesas a respeitar a moratória sobre a pena de morte. Neste momento difícil estamos próximos à família de Asghar”. A Baronesa Sayeeda Hussain Warsi, funcionária do Ministério do Exterior britânico, destacou que o seu governo está fazendo grande pressão sobre o governo paquistanês para resolver o caso. Asghar é o segundo cidadão britânico a sofrer o rigor da lei da blasfêmia no Paquistão.

A Igreja Católica e as denominações protestantes pedem há anos a revogação desta lei. Introduzida em 1986 pelo ditador Zia-ul-Haq para atender aos pedidos das facções islâmicas, a mesma pune com prisão perpétua ou com a morte, quem profana o Alcorão ou o nome do Profeta Maomé. Aqueles que propuseram alterações na lei - o Governador de Punjab, Salman Taseer e Ministro católico das Minorias, Shahbaz Bhatti - foram assassinados.

Segundo dados recolhidos pela Comissão Episcopal Justiça e Paz do Paquistão, de 1986 a agosto de 2009 pelo menos 964 pessoas foram acusadas com base na lei da blasfêmia: entre essas 479 eram muçulmanos, 119 cristãos, 340 ahmadi, 14 hindus e 10 de religiões desconhecidas. (SP)







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