Papa aos membros da Rota Romana: "Por detrás de cada causa, existem pessoas que aguardam
justiça"
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu esta manhã, no Vaticano,
os juízes, advogados, auditores e funcionários do Tribunal Apostólico da Rota Romana,
por ocasião da inauguração do ano judiciário.
Em seu discurso, o Pontífice
traçou um perfil do juiz eclesiástico. Antes de tudo, destacou o seu aspecto humano,
que se expressa na serenidade de juízo, deixando de lado visões pessoais. Para Francisco,
exige-se maturidade humana desse profissional para que seja capaz de captar as aspirações
legítimas da comunidade junto à qual trabalha.
O segundo aspecto é o judiciário.
Além dos requisitos da doutrina jurídica e teológica, afirmou o Papa, no exercício
do seu ministério o juiz se caracteriza pela perícia no direito, a objetividade de
juízo e a equidade, julgando de maneira imperturbável e imparcial. Além disso, na
sua atividade, é guiado pela intenção de tutelar a verdade, no respeito da lei, sem
ignorar a delicadeza e a humanidade que são próprias do pastor de almas.
O
pastoral foi o terceiro aspecto identificado por Francisco. Enquanto expressão da
solicitude pastoral do Papa e dos Bispos, requer-se do juiz não somente competência,
mas também um genuíno espírito de serviço.
“Ele é o servidor da justiça, chamado
a tratar e julgar a condição dos fiéis que, com confiança, se dirigem a ele, imitando
o Bom Pastor que cuida da ovelha ferida”, afirmou o Pontífice. A caridade – escreve
São Paulo – “é o vínculo da perfeição» (Col 3,14), e constitui a alma também da função
do juiz eclesiástico.
“O vosso ministério, queridos juízes e membros do Tribunal
da Rota Romana, é um serviço peculiar a Deus Amor. Sois essencialmente pastores. Enquanto
desempenhais o trabalho judiciário, não esqueçais que sois pastores! Por detrás de
cada juízo, de cada causa, existem pessoas que aguardam justiça. Eu vos encorajo a
prosseguirem vosso múnus com escrúpulo e mansidão”, saudou Francisco.