O Embaixador Brasileiro António Patriota, igualmente Presidente da Comissão da Consolidação
da Paz na Guiné-Bissau cumpre o 2ºdia de uma visita de trabalho de 4 dias. O objectivo
da missão é identificar e reavaliar a situação da Guiné-Bissau a partir de Abril de
2012.
Esta terça-feira, o Embaixador António Patriota reuniu-se com o Presidente
da República de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo.
O encontro durou pouco mais
de uma hora e as questões colocadas ao Presidente de Transição foram o processo eleitoral,
o isolamento internacional que o país vive desde o golpe de Abril de 2012, o fortalecimento
da democracia, as perspectivas e prioridades do Presidente para esta transição.
No
final do encontro, o Embaixador António Patriota não falou aos jornalistas. Mas
o Representante especial do Secretário Geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos Horta
explicou aos jornalistas que o Presidente Serifo Nhamadjo manifestou ao Presidente
da Comissão de Consolidação da Paz na Guiné-Bissau as suas preocupações com as dificuldades
políticas que o país atravessa, evocando as "dificuldades no seio de cada partido.
Dificuldades no seio do PAIGC, PRS e tantos outros partidos."
José Ramos Horta
disse que "não é caso de alarme, situação de dificuldades de entendimento dentro dum
partido grande são normais. O importante é que os líderes se entendam".
Segundo
contou o diplomata da ONU, José Ramos Horta, o Embaixador António Patriota disse que
há razão para optimismo, justificando a tese de que a Guiné-Bissau "felizmente não
atravessa guerras fratricidas, étnicas e religiosas como outros países".
Assegurou
que é "um país com enormes potencialidades. Agora cabe à elite política sentar-se
à mesa entender-se e resolver os problemas, concordar sobre uma visão, um programa
para o futuro do país".
Na segunda-feira, o Representante Permanente do Brasil
nas Nações Unidas, António Patriota, foi recebido pelo Ministro Guineense dos Negócios
Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva.
O chefe da diplomacia guineense explicou
ao responsável pela consolidação da paz na Guiné-Bissau que "o país enfrenta um momento
crítico. Há dificuldades do ponto de vista político e social e há riscos de ruptura
que não quer dramatizar". Delfim da Silva afirmou que é preciso que "o país do
ponto de vista social e político se restabeleça e se normalize. Os riscos existem,
cabe-nos a nós, com o apoio da Comunidade Internacional, prevenir e ultrapassar os
riscos".
De acordo com agenda, o Embaixador António Patriota vai manter encontros
com os Presidentes do Supremo Tribunal de Justiça, da Comissão Nacional de Eleições,
Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas e Sociedade Civil.
Indira
Correia Balde, em Bissau
Fotos: O Embaixador Patriota e Ramos Horta, no encontro
em Bissau