Apelo do Papa para a conferência sobre a Síria: "Que Deus toque o coração de todos"
Cidade do Vaticano (RV) – No final da Audiência Geral desta quarta-feira, o
Papa Francisco fez um apelo aos participantes, na Suíça, da conferência internacional
de apoio à paz na Síria.
“Peço ao Senhor que toque o coração de todos para
que, buscando unicamente o bem maior do povo sírio, tão provado, não poupem nenhum
esforço para alcançar com urgência o fim da violência e do conflito, que já causou
muito sofrimento.”
O Pontífice se dirigiu também aos cidadãos sírios, fazendo
votos de que a nação empreenda um caminho de reconciliação, de concórdia e de reconstrução
com a participação de todos, “onde cada um possa encontrar no outro não um inimigo,
não um concorrente, mas um irmão para acolher e abraçar”.
Em Montreux, na Suíça,
delegações de cerca 30 países estão reunidas para tentar deter a espiral de violência
na Síria, que em três anos de conflito causou mais de 130 mil mortos e milhões de
refugiados. A Santa Sé também está presente com o Observador permanente da ONU em
Genebra, Dom Silvano Tomasi, e o Oficial da Secretaria de Estado, Mons. Alberto Ortega
Martín.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, Dom Tomasi declarou que a situação
é extremamente complexa, porque os interesses em jogo envolvem três níveis de negociações:
um nível global, regional e local.
“O esforço é tentar encontrar um fio condutor
comum que una esses três níveis de conflitualidade, e não é fácil. Por isso, há incertezas
nas várias alianças e na composição dos delegados presentes.”
Para Dom Tomasi,
a urgência no momento é conter o fluxo de refugiados e de deslocados. “É penoso ver
agora com o inverno, em especial, que nos campos de refugiados há sofrimentos e, até
mesmo, mortes em consequência da falta de tratamentos suficientes. A comunidade internacional
está respondendo dando recursos ao Alto Comissariado para Refugiados e, diretamente,
através da Caritas, ou através de outras organizações católicas. Porém, a resposta
eficaz é alcançar a paz e dar a possiblidade aos que querem regressar a suas casas,
esperando que seja a maioria, a começar uma verdadeira reconstrução, também dos bairros
que foram destruídos ou bombardeados. Portanto, necessita-se de uma solidariedade
internacional concreta, ou seja, de muito dinheiro para restabelecer uma economia
local e uma série de condições, como a moradia, que possam permitir a retomada de
uma vida normal."