2014-01-20 18:10:22

Relatório da OIT: 202 milhões de desempregados em 2013. Preocupante a taxa de desemprego entre os jovens


Genebra (RV) – A Organização Internacional do Trabalho divulgou um relatório onde revela, que não obstante a discreta retomada do crescimento econômico, o número total de desempregados em 2013 atingiu a marca de 202 milhões de pessoas. A taxa de desemprego entre os jovens chegou aos 13,1%, representando o setor que mais preocupa.

Segundo o Relatório sobre as Tendências Globais de Emprego 2014 (Global Employment Trends 2014), o crescimento dos empregos permanece fraco, o desemprego continua a crescer, em particular entre os jovens, e são muitos os trabalhadores desencorajados, que permanecem fora do mercado de trabalho. Muitos dos setores que começam a retomar os lucros – observa ainda o relatório – são aqueles ligados aos mercados financeiros e não à economia real, prejudicando assim as perspectivas ocupacionais a longo prazo.

Se a tendência atual se mantiver estável, até 2018 serão criados 200 milhões de empregos. Este número é inferior ao nível necessário para absorver o número crescente de novos ingressos no mercado de trabalho. “O que nós devemos fazer é repensar as políticas. São necessários maiores esforços para acelerar a criação de empregos e apoiar as empresas que os criam”, afirmou o Diretor Geral da Organização, Guy Ryder.

Em 2013 o número de desempregados a nível global chegou a 202 milhões, o que equivale a uma taxa de desocupação mundial de 6%. Entre os jovens, a taxa de desemprego é mais que o dobro. Cerca de 74,5 milhões de pessoas com idades entre os 15 e os 24 anos estavam desempregados em 2013, o que equivale a uma taxa de desocupação juvenil de 13,1%. O desemprego entre os jovens, portanto, permanece como a maior preocupação, levando o relatório a evidenciar a urgência em integrar os jovens na força de trabalho, pois representam mais do que o dobro da taxa de desocupação geral a nível global.


As pessoas que viveram com menos de 2 dólares ao dia em 2013 foram cerca 839 milhões. Cerca de 375 milhões de trabalhadores vivem com as suas famílias com menos de 1,25 dólares ao dia.

Nos países em desenvolvimento, o trabalho informal permanece difundido e as perspectivas em direção a uma melhoria da qualidade do emprego está diminuindo. Isto significa que menos trabalhadores conseguirão sair da condição da pobreza do trabalho. Em 2013, o número de trabalhadores em pobreza extrema – que vivem com menos de 1,25 dólares ao dia – caiu somente 2,7% a nível global, uma das taxas mais baixas nos últimos 10 anos.

Em muitas economias avançadas, a redução drástica da despesa pública e o aumento da taxação sobre ganhos e sobre consumos incidiu gravemente sobre as empresas privadas e as famílias. Além disto, a falta de uma coordenação estratégica entre políticas monetárias e fiscais, fez crescer de maneira substancial as incertezas sobre o mercado de trabalho, com os empreendedores permanecendo muitas vezes reticentes em assumir ou fazer investimentos de longo prazo.

A duração do desemprego prolongou-se de maneira considerável. Em alguns países como a Espanha e a Grécia, as pessoas em busca de trabalho tem necessidade do dobro de tempo para encontrar uma nova colocação em relação ao período pré-crise. “Além disto, é sempre maior o número de trabalhadores desencorajados que permanecem fora do mercado de trabalho, o que leva a uma perda de competência assim como a um aumento do desemprego de longas duração”, declarou Ekkehard Ernst, o principal autor do relatório.

Na América Latina e no Caribe, o crescimento do desemprego continua a ser mais rápido que o aumento da força de trabalho. Já nas economias avançadas e na União Européia, as condições do mercado de trabalho não mostraram sinais de melhoria em 2013, não obstante tenha havido um ligeiro aumento no crescimento econômico. Na Europa Central e do sul (países não pertencentes à União Européia) e nos países dos Estados Independentes, a diminuição no desemprego – que registrou seu pico em 2009 – inverteu o sentido durante 2013.
Uma reviravolta em direção a políticas mais favoráveis ao emprego e um incremento dos ganhos no trabalho reforçaria o crescimento econômico e a criação de empregos, sublinha o relatório. Nos países emergentes e em via de desenvolvimento, é crucial reforçar os sistemas de proteção social de base e promover políticas direcionadas a ocupações formais. Também isto contribuiria para apoiar as exigências agregadas e o crescimento global. (JE)








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