Abrir o coração para Deus, a colheita será abundante - Papa Francisco na sua mensagem
para o Dia de Oração pelas vocações
"Não devemos ter medo." Deus tem a peito a realização do seu plano sobre nós. Assim
afirma o Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações,
a ser celebrada no Domingo 11 de Maio.
No texto da mensagem recorda-se que
a vocação amadurece no campo bem cultivado do amor recíproco e no contexto "de uma
vida eclesial autêntica".
Jesus percorria as aldeias e ao ver as multidões
desamparadas, como ovelhas sem pastor , sentia compaixão por elas. Então diz aos seus
discípulos : "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos! Rogai, pois, ao Senhor
da messe que envie trabalhadores para a sua messe". Estas palavras do Evangelho "
nos surpreendem " - observa o Papa Francisco - porque normalmente primeiro precisa
"arar, semear, cultivar para poder depois, no tempo devido, colher com abundância".
"Jesus afirma, pelo contrário, que a "messe é grande" porque é Deus quem trabalhou
para que o resultado fosse tal. Portanto, o campo é a humanidade , "nós", continua
o Papa , e a acção que é a causa do "muito fruto" é "a graça de Deus". Na mensagem
para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa recorda qual é a dinâmica da vocação:
"antes de tudo vem ao nosso coração a maravilha por uma messe abundante que só Deus
pode dar; em seguida a gratidão por um amor que sempre nos precede; e finalmente,
a adoração pela obra que Ele realizou, e que requer a nossa livre adesão para agirmos
com Ele e para Ele".
A oração que Jesus pede à Igreja é, portanto, para aumentar
o número destes "colaboradores de Deus", como era São Paulo. E o Apóstolo diz aos
cristãos de Corinto que eles são "campo de Deus", "com o conhecimento de quem experimentou
pessoalmente como a vontade salvífica de Deus é imperscrutável e a iniciativa da
graça é a origem de toda vocação".
É por isso que "cada vocação, mesmo na pluralidade
das estradas, sempre requer um êxodo de si para centrar a própria existência em Cristo":
"tanto na vida conjugal , como nas formas de consagração religiosa, e na vida sacerdotal,
devemos superar os modos de pensar e agir não conformes com a vontade de Deus. "Trata-se,
portanto, de um "êxodo" e todos são chamados a adorar a Cristo no coração e deixar-se
alcançar "pelo impulso da graça" contido na sua Palavra, que se deve transformar
em serviço concreto ao próximo. "Não devemos ter medo, escreve o Papa Francisco: Deus
segue com paixão e perícia a obra das suas mãos, em qualquer época da vida. Nunca
nos abandona! Tem a peito a realização do seu plano para nós, e contudo, pretende
alcança-lo com o nosso consentimento e nossa colaboração".
E o Papa termina
pedindo para que todos disponhamos o nosso coração para que seja «boa terra» a fim
de ouvir, acolher e viver a Palavra e, assim, dar fruto, pois que quanto mais soubermos
unir-nos a Jesus pela oração, a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os Sacramentos celebrados
e vividos na Igreja, pela fraternidade vivida, tanto mais há-de crescer em nós a alegria
de colaborar com Deus no serviço do Reino de misericórdia e verdade, de justiça e
paz. E a colheita será grande, proporcional à graça que tivermos sabido, com docilidade,
acolher em nós”.