"Sinto-me vergada" pela responsabilidade que incumbe aos leigos na Igreja ... Suzana
Nicolau Inglês, membro da ACGD angolana (2ª parte)
Solicitada
pela nossa Emissora a fazer uma análise do ano findo e das esperanças para 2014, Susana
Nicolau Inglês, Advogada e membro da ACGD, Associação Cristã de Gestores e Dirigentes
angolanos, declarou ter-se sentido fortemente tocada, em 2013, pela eleição do cardeal
Mário Bergoglio a chefe da Igreja Católica; esse homem que ela define como “um campo
magnético que atrai a si as pessoas” e, por conseguinte, à Igreja.
Suzana
Inglês sentiu-se também tocada pela morte de Nelson Mandela, por ela considerado
“Um Cristo Negro”, vendo quase que como um milagre, nas cerimónias fúnebres do grande
líder sul-africano, o aperto de mão entre os Presidentes de Cuba, Raúl Castro, e dos
Estados Unidos, Barak Obama.
Mas - sublinhou Suzana Inglês na primeira parte
da entrevista - há que esperar que os corações se convertam, que o exemplo de Mandela
permaneça vivo e ajude a ultrapassar as demasiadas guerras e conflitos que ainda ensanguentam
o mundo, a África de modo particular.
É, todavia, encorajador, segundo a análise
de Suzana Nicolau Inglês, o facto de, não obstante tudo, existir muita solidariedade
no mundo e de haver nas pessoas uma certa sede de valores. É o que ela tem constatado
em Angola através das actividades ACGD, de que é primeira vice-presidente, ao ponto
de estarem a estudar como dar uma resposta adequada a esta demanda de orientação com
vista numa sociedade melhor.
A segunda parte da conversa com ela que agora
se segue, parte precisamente desta constatação e põe em evidência o papel cada vez
maior que a Igreja em Angola atribui ao laicado, mas também uma significativa atenção
em relação à mulher na Igreja (onde ela vê com alegria a presença de acólitas), uma
atenção estimulada pelo Papa Francisco, cuja abertura de forma geral, mas também no
que toca, por exemplo, às mães solteiras, tem caído muito bem em Angola, onde, nalgumas
paróquias já se vinha verificando esta abertura, mas tudo era dito "à boca pequena".
Hoje já o dizem destemidamente.
E ao solicitar as mulheres a porem em acto
a sua força positiva, esta advogada angolana não deixa de lado os problemas do seu
país que, a seu ver, para serem resolvidos, devem antes de mais ser chamados pelo
próprio nome. Felizmente, remata, isto já está a acontecer, embora lentamente.
Oiça
directamente as palavras desta jurista, que toma a sério o apelo da Igreja aos leigos
a se empenharem na construção duma sociedade melhor...
Foto 1
- A Drª Suzana Nicolau Inglês, no centro da foto, numa peregrinação a Roma no Ano
da Fé que se concluiu em Novembro de 2013.
Foto 2 - A entrevistada
num outro momento da vida em Angola