Repúdio e sugestões: Pastoral Carcerária analisa crise no Maranhão
São Luís (RV) - A Pastoral Carcerária do Brasil e Associação para a Prevenção
da Tortura (APT), com sede em Genebra (Suíça), emitiram uma nota para manifestar seu
repúdio às gravíssimas violações de direitos humanos ocorridas no sistema carcerário
maranhense.
As associações manifestam ainda a sua grande preocupação pela
ausência de medidas concretas por parte das autoridades estaduais das três esferas
de Poder, inclusive do Ministério Público, e do governo federal, para evitá-las.
“Tanto
a violência no interior do sistema penitenciário como nas ruas encontram suas raízes
em fatores muito mais amplos e complexos, que vão além do sistema prisional, pautados
num sistema político-social que alimenta a desigualdade social e econômica extrema,
a corrupção endêmica, e a debilidade das instituições democráticas, o que, consequentemente,
contribui para perpetuar uma situação de pobreza e vulnerabilização de grande parte
de sua população. O Maranhão é hoje o Estado brasileiro com o segundo pior índice
de desenvolvimento humano no país” – lê-se na nota.
A APT e a Pastoral Carcerária
instam as autoridades estaduais e federais que pautem sua gestão prisional pelo princípio
da prevalência absoluta da dignidade humana e que tomem ações efetivas que proporcionem
mudanças sistêmicas na gestão prisional e no sistema de justiça criminal, convocando
a participação ativa da sociedade civil nacional e local na discussão e no processo
de tomada de decisão.
Neste domingo, todas as missas celebradas em São Luís
tiveram atos em lembranças a Ana Clara, a menina de seis anos que morreu em decorrência
de queimaduras em ataque a ônibus ordenado por presos, no último dia 3. Além de rezar
pela garota e familiares, a Arquidiocese de São Luís também pediu que a população
usasse lenços brancos em um pedido de paz na cidade.