Declaração de reconhecimento mútuo do Batismo em Portugal

Lisboa (RV) – Representantes das Igrejas Católica, Ortodoxa, Presbiteriana, Metodista em Portugal vão assinar no próximo dia 25, em Lisboa, uma declaração de reconhecimento mútuo do Batismo.

Dom António Couto, presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, que acompanha o diálogo ecumênico, afirmou que “esta decisão é um acontecimento nacional, que vem coroar muitos anos de trabalho".

A assinatura se realizará, simbolicamente, no final da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, durante uma celebração ecumênica nacional, na catedral lusitana de São Paulo, de confissão anglicana.

Este importante acontecimento do reconhecimento mútuo do Batismo representa mais um passo concreto no caminho do diálogo ecumênico entre as Igrejas cristãs em Portugal. Este passo confirma o caminho da unidade, em Cristo, como seus discípulos: “um povo de batizados chamado a ser, no mundo e para o mundo, sinal credível do Evangelho”.

A assinatura da declaração conjunta será feita num contexto de oração, que contará com a participação de jovens e hierarcas das diversas Igrejas: todos unidos na escuta da Palavra por um sério compromisso pela reconciliação e a unidade, a partir do tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: "Será que Cristo está dividido?" (1Cor. 1, 13).

O decreto sobre o ecumenismo do Concílio Vaticano II, ‘Unitatis Redintegratio’, lembra que todos os cristãos “justificados no Batismo pela fé, são incorporados em Cristo, e, por isso e com direito, se honram com o nome de cristãos e, justamente, reconhecidos como filhos da Igreja católica e como irmãos no Senhor” (n. 3).

João Paulo II, na sua encíclica sobre a Unidade dos Cristãos, ‘Ut Unum Sint’ (n. 42), assegura que o reconhecimento dessa fraternidade “não é a consequência de um filantropismo liberal ou de um vago espírito de família, mas está enraizado no reconhecimento do único Batismo. Isto vai muito além de um simples ato de cortesia ecumênica e constitui uma afirmação básica de eclesiologia”.

O Diretório, para a aplicação dos princípios e das normas sobre o ecumenismo, exige, explicitamente, um reconhecimento recíproco e oficial do Batismo, destacando as implicações teológicas, pastorais e ecumênicas desse ato. (Ecclesia-MT)