Pe. Adolfo Nicolàs: Para Francisco, "a direção aos jesuítas é dada por Santo Inácio"
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa, com a missa que celebrou na Igreja de Jesus
no dia 3 de janeiro, “quis dizer que entre os jesuítas a direção é dada por Santo
Inácio e que ele vinha como ‘irmão entre os irmãos’ para escutar a Palavra de Deus
e para deixar-se guiar por ela”. Foi o que afirmou o Prepósito Geral dos Jesuítas,
Padre Adolfo Nicolàs, acrescentando que “a maior parte dos jesuítas presentes (346)
sentiu-se reconhecida nas palavras da homilia e sentiu-se interpelada pelo Papa Francisco
no fundo dos seus corações”. As impressões do Superior dos jesuítas sobre a missa
celebrada pelo Papa Francisco estão disponíveis no serviço de informações dos jesuítas.
Padre
Nicolàs destacou algumas partes da homilia que mais o tocaram, como “a necessidade
de concentrar-se em Cristo”, o fato que os jesuítas devam ser “pessoas inquietas”
e “homens de grandes anseios”, e a necessidade de “evangelizar com doçura, fraternidade
e amor”.
“Estamos diante de desafios importantes – afirmou Padre Nicolàs –como
harmonizar a tensão com a paz interior, grandes anseios com um estilo fraterno e doce
ao apresentar o Evangelho. O jesuíta, segundo Papa Francisco, é um homem em tensão,
consciente de ser incompleto diante de Jesus e de Deus, e portanto, ansioso de um
“algo a mais”, mas esta tensão é interior e o torna sempre “peregrino em busca do
outro”, um homem com anseios difíceis de serem satisfeitos; e ao mesmo tempo consciente
das suas lacunas interiores, das suas imperfeições e do seu pecado, incapaz de considerar-se
melhor do que qualquer outro, e portanto, que não vê nunca a si mesmo como o amante
perfeito e exigente, mas antes, como o ser amado e perdoado ‘com o outro’”.
Padre
Nicolàs, a este propósito, afirmou poder “dizer com toda a sinceridade que este é
o estilo da celebração do bicentenário (da reconstrução da Companhia). Desejamos que
seja um ano de estudo e reflexão. Todas as crises da história trazem em si uma sabedoria
escondida que é necessária revelar. Para nós jesuítas esta é a comemoração da nossa
maior crise. E portanto, importante, que além dos eventos que conhecemos, descobrimos
o bem e o mal das nossas ações, para reavivar aqueles grandes anseios de quem falava
o Papa e prosseguir a obra de evangelização, aperfeiçoando a nossa irmandade e intensificando
o amor”. (JE)