Audiência Geral: "É preciso despertar a memória do Batismo"
Cidade do Vaticano (RV) – Depois das festividades de Natal, o Papa Francisco
acolheu esta manhã milhares de peregrinos, na Praça S. Pedro, para a primeira Audiência
Geral de 2014.
O Pontífice anunciou o início de uma série de catequeses sobre
os Sacramentos, começando pelo Batismo.
O Batismo, juntamente com a Eucaristia
e a Confirmação, forma a chamada “iniciação cristã”, que nos configura com o Senhor
Jesus e faz de nós um sinal vivo da sua presença e do seu amor.
“O Batismo
é realmente necessário para viver como cristãos e seguir Jesus?”, questionou o Papa,
que respondeu:
Não se trata de mera formalidade! Uma criança batizada não
é igual a uma criança não batizada. No Batismo, somos imersos naquela fonte inexaurível
de vida que é a morte de Jesus, o maior ato de amor de toda a história; e, em virtude
deste amor, podemos viver uma vida nova de comunhão com Deus e com os irmãos, e não
ficar à mercê do mal, do pecado e da morte.
Muitos de nós não têm a menor
lembrança da celebração deste dia, já que fomos batizados pouco depois do nascimento.
E mais uma vez o Pontífice pediu aos fiéis que, ao regressarem a suas casas, procurem
saber a data em que foram batizados.
O risco, advertiu Francisco, é perder
a consciência daquilo que o Senhor fez em nós, do dom que recebemos. Então acabamos
por considerá-lo somente como um evento que ocorreu no passado — e nem mesmo por nossa
vontade, mas dos nossos pais —, motivo pelo qual não tem mais nenhuma incidência sobre
o presente. Ao invés, somos chamados a viver o nosso Batismo todos os dias, como realidade
atual na nossa existência. "Devemos despertar a memória do Batismo", pediu o Papa.
Se
conseguimos seguir Jesus e permanecer na Igreja, não obstante os nossos limites e
as nossas fragilidades, é por obra do Sacramento no qual nos tornamos novas criaturas
e fomos revestidos de Cristo. Graças ao Batismo, somos portadores de uma esperança
nova, que nada e ninguém pode apagar; somos capazes de perdoar e de amar inclusive
quem nos ofende e nos faz mal; conseguimos reconhecer nos últimos e nos pobres a face
do Senhor que nos visita e se faz próximo.
“Ninguém pode batizar-se a si
mesmo”, concluiu. Podemos pedir e desejar o Batismo, mas sempre precisamos de alguém
que nos administre este sacramento em nome do Senhor. É um dom concedido num contexto
de solicitude e partilha fraterna.
Peçamos ao Senhor que nos faça experimentar
cada vez mais, na vida diária, a graça recebida no Batismo. Quando os outros se cruzarem
conosco, possam encontrar verdadeiros filhos de Deus, verdadeiros irmãos e irmãs de
Jesus, verdadeiros membros da Igreja.
Na saudação aos fiéis, o Papa assistiu
a uma apresentação do "Golden Circus", que dedica esta temporada à cultura latino-americana.
Entre os integrantes, havia um brasileiro.