Cidade do Vaticano (RV) – Este é o nosso primeiro
editorial, primeiro pensamento deste ano de 2014 a todos vocês. E o nosso primeiro
pensamento vai a cada um de vocês que nos seguem através da Rádio Vaticano, do site,
do facebook etc. Nosso pensamento está repleto de gratidão, primeiramente a Deus pelos
dons e pela oportunidade que todos os dias Ele nos dá de chegarmos a tantas pessoas
em todas as partes do Brasil e do mundo; e depois a vocês nossos leitores e ouvintes
que nos seguem todos os dias e nos deixam entrar em suas casas com a “Boa Nova”.
Creio
que não seria justo iniciar o ano, sem olhar para o ano que terminou, não com a tristeza
de algo que não se realizou ou que tentamos de todos os modos e ficou para trás; não
somente olharmos para um período de nossa vida durante o qual tivemos a oportunidade
de viver, crescer, chorar, rir, sonhar. Tudo isso faz parte da nossa vida e continuará
a fazer também neste ano que está iniciando. E para nos ajudar nos dias que esperamos
viver está Francisco, o Santo Padre, com suas indicações, reflexões, propostas, puxões
de orelha, seu amor e sua oração.
As felicitações deste início de ano se misturam
com os desejos de paz, de justiça, de fraternidade, de liberdade, de amor entre as
pessoas e os povos. No 1º de janeiro, Dia Mundial da Paz e Solenidade de Maria Santíssima,
o Pontífice recordou o tema para aquele dia “Fraternidade, fundamento e caminho para
a paz”. Sim a palavra fraternidade nos dá a dimensão daquilo que realmente falta no
nosso mundo, pois sem ela, cresce o egoísmo, o ódio, a violência, a falta de amor;
desse emaranhado de tristeza vem o sofrimento que leva à destruição do individuo,
da sociedade, das nações. Sim porque esquecemos que fazemos parte de uma única família,
a humanidade, e todos temos o mesmo destino.
Às vezes vivemos pensando que
passaremos a eternidade aqui, neste mesmo corpo, nesta mesma casa, nesta mesma terra;
que doce ilusão. Com isso esquecemos, deixamos de lado a “responsabilidade de atuar,
para que o mundo se torne uma verdadeira comunidade de irmãos que se respeitam e aceitam
as diversidades e cuidam uns dos outros”.
Creio que grande parte dos cristãos
fizeram no final do ano boas intenções para o ano que virá; rezaram pelo dom da paz,
para que no mundo não haja mais injustiças, violências, fome, guerras. Mas não foram
as mesmas intenções do ano passado?. Talvez o que mudou foi a sequência das prioridades.
Diante
desse novo ano que se decortina temos mais uma vez a ocasião e a possibilidade para
demonstrarmos o que realmente significa ser cristão, crer no Menino de Belém, no Verbo
que mudou a humanidade. Mas tudo isso requer de nós perseverança, paciência, esperança
e amor. Sim, porque qualquer trasnformação do mundo começa por nós mesmos, e como
disse o Papa Francisco “a paz começa em nossas casas. A justiça e a paz começam entre
nós, em nossas famílias, para depois chegar a toda a humanidade”.
O mundo
não está em silêncio, ao contrário, grita, mas para muitos é um grito surdo. Atualmente,
existem pelo menos 17 conflitos no mundo: basta pensar nos dramas vividos no continente
africano, onde a fome ceifa vidas de inocentes inermes; na Síria onde uma guerra fratricida
provocou a morte de mais de 130 mil pessoas em 3 anos; na nossa realidade brasileira
onde apesar das conquistas sociais, temos um Everest dentro de casa que deve ser conquistado
por milhões de brasileiros que ainda vivem à margem da sociedade.
Esse grito
entalado na garganta deve sair neste ano de 2014, não pela partida de futebol da Copa
do Mundo, ou pela conquista de um título, mas sim pelo simples fato que existimos,
e que a nossa voz deve ser ouvida porque somos gente. Vamos começar o ano com a coragem
de enfrentar as situações mais difíceis com o espírito do homem que vai à luta e que
não fica sentado no meio fio esperando a “banda” passar. Esse é o tempo de ir à luta
de contribuir para o bem de todos e olhar o futuro com confiança e esperança!
O
que faremos? Como agiremos neste ano, para nos tornarmos melhores, depende só de nós.
E o ano inteiro na nossa frente é a oportunidade que Deus nos dá. Somos convidados
a ir contra a corrente e levantar a nossa voz, essa é a vocação do cristão. (Silvonei
José)