Botswana, país menos corrupto da África. Segue-se-lhe Cabo Verde
Segundo Transparency International, citado pela agencia AllAfrica, o Botswana foi,
em 2013, o país menos corrupto da África, como aliás já tinha sido no ano anterior.
A nível mundial está no 30º lugar.
Esta boa posição do Botswana fica-se a
dever, segundo um comunicado do Governo citado pela agencia AllAfrica “à politica
de tolerância zero posta em acto por diversas instituições de controlo, tais como
a Direcção Anti-corrupção e Criminalidade Económica, o Conselho dos Mercados e Alienação
dos Bens Públicos, a Autoridade da Concorrência e a Agencia de Informação Financeira.
Depois
do Botswana vem logo a seguir na classificação do Transparecy International, Cabo
Verde, as ilhas Seychelles, Ruanda, ilhas Maurícias, Lesotho, Namíbia, Gana, São Tomé
e Príncipe, Senegal, Swazilândia, Burkina Faso, Libéria e Zâmbia.
Embora Cabo
Verde esteja no segundo lugar no que toca à África, o Movimento de cidadania “Acção
Transparência e Integridade”, criado há um ano atrás, não está contente e continua
a sua acção, tendo-se reunido em finais de 2013 com o responsável de Transparency
International para a África, com vista no estabelecimento de parcerias com organizações
afins.
Este Movimento cabo-verdiano denuncia a morosidade da justiça em Cabo
Verde e o silêncio dos órgãos de soberania – Presidência da República, Assembleia
Nacional e Governo – em relação a cerca de oitenta casos de omissões por parte de
titulares de cargos públicos e políticos, que demandam a responsabilização dos mesmos.
Por isso, promete continuar a denunciar estas situações junto de organizações parceiras,
até porque com essa morosidade, os numerosos processos pendentes devido, no caso específico,
à corrupção, podem cair em prêscrição.
Segundo o jornal cabo-verdiano “A Semana
on line”, que cita o Movimento, os órgãos de soberania nacional ignoram as petições
reclamações e queixas-crime, não reagindo ou reagindo com anos ou décadas de atraso.
Ainda no âmbito da luta anti-corrupção em África, de salientar que a Presidente
do Malawi, Joyce Banda, disse ontem ter assumido o risco político de lançar o combate
à corrupção cinco meses antes das eleições presidenciais previstas para 20 de Maio
deste ano, porque considera isto prioritário em relação à sua vitória nas eleições.
O país foi sacudido - segundo a Agencia Angolana de Informações, ANGOP -
por um grave caso de corrupção nos últimos meses, o que levou os doadores internacionais
a suspender as ajudas num valor de 150 milhões de dólares até que esse assunto seja
resolvido.
Joyce Banda exonerou em Outubro de 2013 alguns altos responsáveis
da sua equipa, entre os quais o Ministro das Finanças, Ken Lipenga e o ministro da
Justiça, Ralph Kasambara. É que, segundo o Burreau anti-corrupção, três milhões de
dólares tinham sido depositados numa sociedade fantasma.
Joyce Banda disse
que ela foi ameaçada de morte e foi fortemente incitada a travar o inquérito no qual
estão implicados numerosos funcionários e empresas, acusados de terem metodicamente
limpo as caixas do Estado. Segundo o Procurador, um terço dos rendimentos do país,
já muito pobre, é também roubado.
Os processos vão iniciar antes do final do
mês de Janeiro, disse nesta sexta-feira a Presidente - informa ainda a ANGOP.
Um grupo católico da defesa dos direitos humanos acusou em Dezembro de 2013 Joyce
Banda de fazer "parte integrante" do sistema de corrupção, o que foi formalmente desmentido
pelo Ministro da Informação, Brown Mpinganjira, qualificando essas alegações de incorrectas
e não verdadeiras".
Joyce Banda, que chegou ao poder em Abril de 2012, na
sequência da morte repentina do presidente Bingu wa Mutharika (do qual era vice-presidente,
antes de passar à oposição), deverá enfrentar o seu primeiro teste eleitoral a 20
de Maio próximo.
Foto 1: Miss Botwana 2013. O País pode ser considerado Miss
Anticorrupção Africa Foto 2 : Joyce Banda, discursando no funeral de Nelson Mandela