Turquia - demitem-se três ministros por suspeitas de corrupção. Erdogan pode ser o
próximo
Três ministros demitiram-se ontem na Turquia, dias depois de os seus filhos terem
sido detidos e interrogados na sequência de um enorme escândalo de corrupção e suborno
que tem o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, e os seus aliados cercados, impondo
ao governo uma nova crise política depois da onda de protestos a que sobreviveu no
Verão passado. Entre os demissionários estão o ministro da Economia, Zafer Caglayan,
o ministro do Interior, Muammer Guler, e Erdogan Bayraktar, ministro do Ambiente e
do Planeamento Urbano - que incitou o primeiro-ministro a seguir-lhes o exemplo, renunciando,
e entrando assim em choque directo com o líder turco. Entretanto, os três negaram
ter praticado qualquer irregularidade. Os filhos de Caglayan e Guler, juntamente
com o director-executivo do banco estatal Hallbank, estão entre 24 pessoas detidas
ao abrigo de acusações de suborno. Já o filho de Bay- raktar, Abdullah Oguz, foi também
interrogado, mas depois posto em liberdade. A imprensa turca diz que a polícia
apreendeu 4,5 milhões de dólares (3,29 milhões de euros) escondidos em caixas de sapatos
na casa do presidente do banco, enquanto outro milhão teria sido encontrado na casa
do filho de Guler. Erdogan reagiu à investigação, denunciando-a como um processo corrupto
e uma conspiração de forças estrangeiras e turcas para inquinar a crescente prosperidade
do país e desacreditar o seu governo em vésperas das eleições locais, previstas para
Março.