2013-12-25 13:59:36

Cardeal Sandri: Francisco faz-se próximo dos cristãos do Oriente Médio, que celebram o Natal no sofrimento


Cidade do Vaticano (RV) - "Tive o prazer de poder encontrar o Papa na vigília do Natal e obtive tanta alegria desse encontro que gostaria de transmitir a todos." Assim se expressou o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, ao término do colóquio mantido com Francisco.

As perseguições, as violências, mas também as esperanças e o espírito evangélico das diferentes realidades das Igrejas Orientais emergiram na conversação com o Pontífice.

Sobre este encontro com o Papa Francisco, eis o que nos disse o próprio Cardeal Sandri em entrevista concedida à Rádio Vaticano:

Cardeal Leonardo Sandri:- "Encontrei-o realmente repleto de alegria e sereno. As coisas de que falamos dizem respeito às Igrejas Orientais, sobretudo, e a todas aquelas regiões onde há tanto sofrimento, guerra, terrorismo, pessoas isoladas, que sofrem, povo bombardeado. Portanto, foi um encontro também de tristeza e de impotência em relação a eles. Certamente o Papa, com o coração grande que tem, gostaria de dizer a todos novamente, repetir o apelo que fez, de grande intensidade, na noite de 7 de setembro, durante a vigília de oração e de jejum pela Síria: a fraternidade é o caminho para a paz! Que todos se sintam responsáveis pelo próprio país e não pensem que a destruição, a violência, a guerra e a morte trarão soluções, mas a fraternidade, assim como Jesus nos ensinou, Aquele Jesus que adoramos no presépio de Natal."

RV: Nas preocupações do Papa, bem como em suas preocupações, estão, certamente, as perseguições e as privações de tantas comunidades cristãs...

Cardeal Leonardo Sandri:- "A nossa proximidade, a proximidade do Papa, como ele mesmo me expressou, é realmente grande por aqueles que sofrem, sobretudo pela fé deles. Pensar que podem ser alvo de vinganças, de violências, de perseguições, é um absurdo que todos refutamos."

RV: Quando o Papa os encontrou, durante a Plenária da Congregação, falou de uma vitalidade reflorescida, de um dinamismo missionário e de perseverança na dificuldade. Há dados positivos e encorajadores para a realidade das Igrejas Orientais na conclusão deste ano, e que oferecem boas perspectivas para 2014?

Cardeal Leonardo Sandri:- "O fato de as Igrejas Orientais – muitas delas – se encontrarem sob o signo concreto da cruz, justamente nisso dá o testemunho maior daquilo que disse Jesus: "Quando sereis perseguidos, desprezados pelos outros, é aí que sereis meus discípulos". Portanto, essa é uma esperança que surge daquela antiquíssima convicção de que o sangue dos cristãos trará um crescimento, naturalmente em meio a muitas dificuldades. O outro desafio é o ecumenismo, porque o martírio não é somente dos nossos católicos, mas também dos ortodoxos, dos protestantes: vemos realizado o Ut unum sint já no martírio dos nossos irmãos. Portanto, sempre há esperança. Ademais, a vida religiosa – por exemplo, na Índia –, a vida sacerdotal é repleta de ímpeto apostólico e são coisas que realmente dão aquela esperança, que é fundada no Espírito Santo, que é uma força arrebatadora, não obstante nós mesmos."

RV: O senhor vê um objetivo particular para 2014, inclusive em seus auspícios, a ser alcançado?

Cardeal Leonardo Sandri:- "Esperamos que as Igrejas católicas orientais possam pouco a pouco se organizar, sobretudo em relação a atenção pastoral para essa nova realidade, que são os refugiados, os exilados, aqueles que tiveram que deixar a própria pátria e que estão na Europa, nas Américas, mas sobretudo na América do Norte e na Austrália. Deixaram a própria pátria, deixaram a sua tradição ritual. Esperamos que não a percam e que as Igrejas, com a ajuda da comunidade latina, possam organizar a própria vida eclesial em fidelidade a seu patrimônio." (RL)







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