Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco encontrou-se neste sábado, na Sala
Clementina no Vaticano, com os membros da Cúria Romana, por ocasião das felicitações
natalinas.
Reconhecimento e gratidão. O discurso do Papa Francisco à Cúria
começou com a expressão desses sentimentos para aqueles que trabalham todos os dias
a serviço da Igreja. "O Natal se aproxima. E bom dar espaço para a gratidão entre
nós", disse o Santo Padre que acrescentou:
"Neste meu primeiro Natal como
Bispo de Roma, sinto necessidade de vos dizer um grande obrigado, como comunidade
de trabalho, e a cada um pessoalmente. Agradeço-vos pelo vosso serviço de cada dia:
pelo cuidado, a diligência, a criatividade; pelo empenho, nem sempre fácil, em colaborardes
no departamento ouvindo-vos, confrontando-vos, valorizando as diferentes personalidades
e qualidades no respeito recíproco."
O Papa destacou três características
de quem trabalha na Cúria Romana. A primeira delas é o profissionalismo:
"O
profissionalismo, que significa competência, estudo, atualização… Isto é um requisito
fundamental para trabalhar na Cúria. Naturalmente, o profissionalismo vai-se formando
e, pelo menos em parte, adquire-se; mas, precisamente para que se forme e seja adquirido,
penso que é preciso haver, desde o início, uma boa base."
A segunda característica
é o serviço, "serviço ao Papa e aos bispos, à Igreja universal e às Igrejas particulares".
"Na Cúria Romana se respira precisamente esta dupla dimensão da Igreja, esta interpenetração
entre universal e particular", disse o pontífice.
"Quando não há profissionalismo,
lentamente vai-se deslizando para o nível da mediocridade. A resolução dos casos reduz-se
a informações estereotipadas e comunicações sem fermento de vida, incapazes de gerar
horizontes grandes. Por outro lado, quando o procedimento não é de serviço às Igrejas
particulares e seus bispos, então cresce a estrutura da Cúria como uma alfândega pesadamente
burocrática, inspetora e inquisidora, que não permite a ação do Espírito Santo e o
crescimento do povo de Deus."
A essas duas características, profissionalismo
e serviço, o Papa acrescentou uma terceira: "a santidade de vida". "Sabemos muito
bem que esta é a mais importante na hierarquia de valores. Na verdade, está na base
da qualidade do trabalho, do serviço", disse acrescentando:
"Santidade significa
vida imersa no Espírito, abertura do coração a Deus, oração constante, humildade profunda,
amor fraterno nas relações com os colegas. Significa também apostolado, serviço pastoral
discreto, fiel, realizado com zelo no contato direto com o povo de Deus. Isto é indispensável
para um sacerdote".
O Papa concluiu seu discurso desejando aos membros
da Cúria Romana e seus familiares "um Natal de luz e de paz". (MJ)