2013-12-19 18:50:52

Tempo de expectativa!


Porto Alegre (RV) - Estamos nos aproximando da festa do Natal. O tempo que antecede a festa é marcado por empenhos, preparação, organização, programação, desejo de encontrar e re-encontrar familiares, amigos, conhecidos. Tais atitudes se fazem presentes de forma mais intensa e vigorosa no tempo que antecede o Natal e nas próprias celebrações natalinas. São atitudes que, de certo modo, vem ao encontro de nossos anseios por um mundo de fraternidade, de ternura, de reconciliação e de paz.

Para além de nossas opções religiosas, o período do Natal nos recorda o valor do convívio, da necessidade de cultivar relações de familiaridade, de amizade, de ternura; recorda-nos a possibilidade de um mundo marcado pela harmonia, pela beleza, pelo encanto, pela simplicidade; pelo cultivo da dimensão do encontro; encontro entre familiares, amigos, vizinhos... Tudo isto se expressa nas tantas ceias natalinas, na troca de presentes, nas visitas, e mesmo pelas férias!

Mas o Natal é, sobretudo, uma celebração de fé. Fé na encarnação de Deus! Este é considerado o maior evento da história! Evento marcado por vários símbolos: as velas, as luzes, os ornamentos, a árvore, o boi, o burro, os pastores, a mulher Maria, o homem José, o menino Jesus. Por trás de todos estes símbolos está uma compreensão velada em torno da sacralidade da vida. Ora, toda vida é sagrada. Por isso, na vida do Menino de Belém, a fé celebra a manifestação da própria vida e de sua sacralidade.

Durante esse tempo nossos olhos estão voltados para a pequena cidade de Belém. E com os olhos voltados para Belém recordamos o caminho percorrido pelo povo de Israel. Caminho este, marcado pela expectativa, pela súplica, pela esperança. Esperança de que os Céus derramassem das alturas o seu orvalho, e as nuvens chovessem o Justo! E a esperança não decepcionou! O Justo não só se fez carne de nossa carne, mas passou a caminhar conosco; passou a participar em primeira pessoa da condição e da história humana: ele se fez o Deus conosco! Não estamos sozinhos!

Somos convidados a fazer o caminho de Belém e ali entrar! Belém nos recorda nossa humanidade e fragilidade. Por isso, as festividades natalinas com sua preparação, nos falam da condição humana, marcada por nobreza, dignidade, fragilidade, possibilidades, e ressuscitam a esperança de um mundo melhor. Através da mesma somos convidados a preparar “os caminhos do Senhor” e ir ao Seu encontro. Dele que se faz carne de nossa carne, deixando-se revestir dos panos de nossa fragilidade, para mostrar-nos sempre e de novo, que na vida de uma criança se manifesta a própria Vida e a comunicação do próprio Mistério!

+ DomJaime Spengler
Arcebispo Metropolitano








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