ONU: Os migrantes continuam invisíveis e não são ouvidos pela sociedade
Nova York (RV) - A ONU comemora nesta quarta-feira o Dia Internacional dos
Migrantes.
Para o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a migração
internacional é uma "ferramenta poderosa para reduzir a pobreza e melhorar as oportunidades".
Ban Ki-moon divulgou uma mensagem, nesta quarta-feira, sobre 232 milhões de pessoas
que vivem fora de seus países de origem.
Ban cita que com sua força de trabalho
e ao enviar remessas de dinheiro, esses cidadãos geram benefícios aos seus países
de destino e de origem. O chefe da ONU lamenta que ainda assim, grande parte dessa
parcela "importante da população continua invisível e não é ouvida pela sociedade."
O
Secretário-Geral da ONU lembra que muitos vivem e trabalham nas "piores condições,
sem acesso a serviços básicos e a direitos fundamentais, o que os torna vulneráveis
à extorsão, violência, discriminação e marginalização."
Morando nos Estados
Unidos há oito anos, a brasileira Nastassia Welter confirma à Rádio ONU, de Nova York,
que os migrantes enfrentam desafios diários.
"No começo, era tudo uma festa,
uma novidade, era tudo maravilhoso. Mas depois vem o choque da realidade. Claro que
existe uma grande diferença entre vir para cá a passeio e vir como imigrante. Acho
que a pior parte realmente é estar fora de suas raízes, estar longe da família, de
amigos. (Os Estados Unidos) são um país maravilhoso de se viver, um país de primeiro
mundo. É uma questão realmente de adaptação à nova realidade e à cultura."
Assim
como Nastassia, quase metade dos migrantes do mundo são mulheres. Segundo o Secretário-Geral,
40% dos migrantes vivem nos países em desenvolvimento e os que são pobres ou têm poucas
habilidades enfrentam ainda mais barreiras sociais.
Ban Ki-moon destaca que
a ONU trabalha para garantir os direitos desses cidadãos e reduzir os custos econômicos
e sociais da migração. Ele lembrou que no começo do ano, entrou em vigor a Convenção
sobre Trabalho Decente para Trabalhadores Domésticos, sendo que muitos migrantes trabalham
no setor.
No Dia Internacional dos Migrantes, Ban apela aos governos e a todas
as pessoas do mundo para rejeitarem a xenofobia e abraçarem a migração como chave
para o desenvolvimento igualitário, inclusivo, econômico e social.
O chefe
das Nações Unidas destaca que a migração é "a realidade do século 21" e por isso,
é essencial conduzir um debate aberto sobre o assunto.
Ban diz que o mundo
deve isso "aos milhares de migrantes que com sua coragem, vitalidade e sonhos, ajudam
a manter as sociedades mais prósperas e diversas." (MJ/Rádio ONU)