Fracasso nas negociações entre o governo e sindicatos guineenses
O governo quer o levantamento da greve em curso na Função Pública guineense, mas as
propostas apresentadas segunda-feira nas negociações com os sindicatos não são suficientes
para tal, avançou aos Jornalistas Filomeno Cabral da Condeferação dos Sindicatos Independentes
- CGSI-GB9 Dos três meses de salários em atraso, os sindicatos pediram na reunião
de segunda-feira, o pagamento de pelo menos dois meses antes da festa do Natal. E
o executivo de transição diz estar disponível para pagar só um mês. O setor dos
transportes é membro da Centra Sindical. Associou-se à greve por "estar cansado de
pagamento ilícitos nas diferentes brigadas de Polícia de Trânsito, espalhadas por
todo o país", diz Filomeno Cabral. Para isso, pediram ao Governo a criação de
um guichet único para o pagamento das multas e a redução drástica do número de Polícias
de Trânsito nas ruas e avenidas do País. Segundo Filomeno Cabral "é demais ver
ao longo da avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria (que vai do Mercado de
Bandim ao Aeroporto) mais de 5 brigadas de polícias que param sistemáticamente os
condutores e cobram valores como quinhentos ou mil francos CFA, ou seja mais do que
um euro. A proposta foi retida pelo executivo de transição que já se comprometeu
em criar um despacho para efetivar o seu compromisso em cumprir a demanda dos sindicatos
dos trabalhadores da Guiné-Bissau. As negociações continuam esta terça-feira para
ver como resolver o problema do pagamento dos salários que segundo Filomeno Cabral
se não forem pagos os dois meses vão emitir um novo pré-aviso da greve. Com o
governo os sindicatos têm ainda para discutir o problema de empresas públicas que
descontam aos funcionários a Segurança Social mas que não canalisam dinheiro para
a instituição. De acordo com o sindicalista Filomeno Cabral são várias as empresas
públicas como a "Administração dos Portos de Bissau, APGB, a empresa de Telecomunicações,
Guiné-Telecom, a de Eletricidade e Água da Guiné-Bissau, EAGB e outras que descontam
para os trabalhadores e entregam o dinheiro à Segurança Social. Portanto este
assunto vai continuar em negociação mesmo depois do levantamento da greve. Indira
Correia Baldé, em Bissau