2013-12-16 12:58:51

Iraque: futuro incerto para os cristãos


Bagdá (RV) - O Patriarca da Igreja Caldeia, a maior igreja cristã do Iraque, olha com preocupação para o futuro e lamenta que a comunidade internacional não faça mais para proteger esta minoria. “Sentimo-nos sós e isolados. Às vezes pensamos, se nos matarem a todos, qual seria a reação dos cristãos no Ocidente? Então, fariam alguma coisa?”

Segundo Dom Louis Sako, Patriarca desta Igreja que está em comunhão com Roma, mais de 1.000 cristãos foram assassinados desde 2003, quando o Iraque foi invadido. Nesse tempo foram ainda atacadas 62 igrejas e mosteiros e estima-se que 850 mil cristãos, dois terços da população, tenham fugido do país.

O Patriarca insiste que não quer uma defesa armada nem um estatuto especial para os cristãos, mas sim apoio para criar “uma sociedade harmoniosa para todos”, com base num “estado civil em que a cidadania é o único critério para total igualdade diante da lei”. Em vez disso, insiste, a principal preocupação dos países ocidentais na região parece ser “criar problemas, vender armas e levar petróleo. Isto é um pecado”.

O resultado da situação atual é um êxodo que leva muitos cristãos a saírem do país para salvar a vida e garantir um futuro, mas que, se não for detido, poderá ter consequências dramáticas para a região: “Os cristãos são importantes para o Oriente Médio por causa da sua cultura, altos níveis de educação, capacidades, qualificações, abertura, espírito de cooperação e instituições como escolas, hospitais, orfanatos, lares para a terceira idade e para pobres, bem como os seus negócios e pequenas empresas”.

Dom Sako sugere que a Igreja procure aprofundar o diálogo com o Islã, produzindo um documento dirigido especificamente aos fiéis desta religião, que possa: “Ajudar a Igreja a procurar uma linguagem teológica, em árabe, que seja mais compreensível para ajudar cristãos e muçulmanos a compreender a nossa fé e a importância da liberdade religiosa para cada pessoa e cada sociedade”.

O Patriarca Caldeu falou em Roma, durante uma conferência organizada pela Religious Freedom Project da Universidade de Georgetown, que faz parte da Berkley Center for Religion, Peace and World Affairs. (SP)








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