Homilia do Papa em Santa Marta: "cristãos alérgicos aos pregadores"
Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre celebrou Missa, na manhã desta sexta-feira,
na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, durante a qual refletiu, com os fiéis
presentes, sobre a Liturgia do dia.
No Evangelho de hoje, disse o Papa, Jesus
compara a geração do seu tempo àquelas crianças, sempre descontentes. Aquelas pessoas
não eram abertas à Palavra de Deus, rejeitavam o Mensageiro de Deus, que comia e bebia
com os publicanos e pecadores; preferiam o fechamento em seus preceitos, em seus planos
revolucionários ou na sua espiritualidade desencarnada.
Aquelas pessoas, explicou
ainda o Pontífice, preferiam refugiar-se em uma religião mais elaborada, em preceitos
morais, como os fariseus, em compromissos políticos, como os saduceus. O Povo de Deus
parece ter certa alergia pelos pregadores da Palavra: os Profetas. Eis porque os perseguia
e matava.
Este tipo de cristão, afirmou o Papa, vive fechado, engaiolado, triste
e não livre. Por quê? Porque tem medo da liberdade do Espírito Santo, que nos é dada
por meio da pregação. Eis o escândalo da pregação, como dizia São Paulo, que acaba
no escândalo da Cruz. Tais cristãos se escandalizam que Deus fale através de homens
limitados e pecadores; se escandalizam ainda mais porque Deus nos fala e nos salva
através de um homem, que se apresenta como Filho de Deus, mas que morre como criminal.
Esses cristãos, disse o Santo Padre, não acreditam no Espírito Santo e nem
na liberdade que vem da pregação, que admoesta, que ensina. Este tipo de liberdade
faz a Igreja crescer. E exortou:
“Penso nestes cristãos tristes, que sempre
criticam os pregadores da Verdade, porque têm medo de abrir a porta do seu coração
ao Espírito Santo. Rezemos por eles, mas também por nós, para que não sejamos cristãos
mesquinhos, que não deixam o Espírito Santo nos trazer a liberdade, mediante o escândalo
da pregação”. (MT)