Joanesburgo (RV) - Cerca 80 os chefes de Estado e de Governo estiveram hoje
em Joanesburgo para a homenagem a Nelson Mandela. No início do dia registram-se filas
na entrada do estádio de Soweto, onde foi realizada a cerimônia com a participação
de 80 mil pessoas. A partir de amanhã, o caixão será levado pelas ruas de Pretória;
domingo os funerais.
A comemoração de hoje foi a mais imponente da história
do país. O dia em homenagem a Nelson Mandela foi realizado em Joanesburgo, no estádio
de Soweto, palco da final da Copa do Mundo de futebol em 2010. Domingo será realizado
o funeral em Qunu, cidade natal de Madiba. Na celebração de hoje em Joanesburgo estiveram
presentes chefes de Estado e de Governo dos 5 continentes: presente a Presidente Dilma
Rousseff que embarcou ontem para a África do Sul, acompanhada dos ex-presidentes Fernando
Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Collor e José Sarney.
No
seu discurso feito em português a Presidente Dilma Rousseff afirmou, que o ex-líder
inspirou uma luta igual no Brasil e na América do Sul. “O combate de Mandela e do
povo transformou-se em um paradigma não só para o continente, mas para todos os povos
que lutam pela justiça, pela liberdade e pela igualdade”, disse Dilma, única sul-americana
convidada para discursar no ato.
A presidente definiu Mandela “maior personalidade
do século 20” e afirmou que o sul-africano “conduziu com paixão e inteligência um
dos mais importantes processos de emancipação do ser humano na história moderna: o
fim do apartheid na África do Sul”.
A Presidente Dilma lembrou ainda que o
Brasil tem diversos descendentes de africanos e disse que “nós, nação brasileira,
que trazemos com orgulho o sangue africano em nossas veias, choramos e celebramos
o exemplo desse grande líder que faz parte do panteão da humanidade”.
"Mandela
deixou lições, não só para seu querido continente africano, mas para todos aqueles
que buscam a liberdade, a justiça e a paz no mundo", afirmou a presidente que encerrou
seu discurso dizendo "viva Mandela para sempre".
Ainda na primeira fila Obama,
com a sua esposa Michelle, o Secretário da ONU Ban Ki-Moon e uma delegação italiana.
Grande ausente, ao invés, o Dalai Lama, que no passado a África do Sul já
havia negado um visto para não ter desentendimentos diplomáticos dentro dos BRICS,
com o governo de Pequim.
Papa Francisco nomeou no domingo o Cardeal ganense
Peter Kodwo Appiah Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e a Paz,
como seu enviado especial ao funeral de Estado do ex-presidente sul-africano Nelson
Mandela.
Ontem à tarde, no entanto, foi feita uma homenagem a Mandela pelo
Parlamento sul-africano reunido em Cape Town que, em uma sessão especial, lembrou
o “pai da nação” que negociou o fim do “apartheid”, evitando a guerra civil. (SP)