2013-12-10 19:41:54

Caritas Internacional : Conscientizar a opinião pública sobre o problema do desperdício de alimento


Cidade do Vaticano (RV) - Eliminar a fome no mundo até 2025. Este é o objetivo da campanha "Uma só família humana, alimento para todos" lançada, em Roma, nesta terça-feira, pela Caritas Internacional por ocasião do Dia Mundial dos Direitos Humanos.

Os membros do organismo caritativo pedem aos vários governos para adotarem um quadro normativo sobre o direito à alimentação com um convite a conscientizar a opinião pública sobre o problema do desperdício.

Eis o que disse o Secretário-Geral da Caritas Internacional, Michel Roy, em entrevista à nossa emissora:

Roy: "Não se pode viver sem comer e sem beber. Este é um direito reconhecido na Declaração dos Direitos Humanos 65 anos atrás, mas deve ser transformado em lei nacional. Um país como o Brasil decidiu fazer uma política chamada "Fome Zero" e as coisas estão mudando. Se todos os países do mundo tivessem uma lei nacional sobre o direito à alimentação, os governos se sentiriam mais obrigados a isso. Vejo que em muitos países onde a fome é forte os governos a consideram coisa normal, porque foi sempre assim. Não! É um escândalo que as pessoas comam somente uma vez por dia ou até menos. Em todos os países do mundo, existe este problema. Mesmo aqui na Itália."

Segundo Roy, é fácil dizer que a fome é culpa dos políticos. "É algo que diz respeito a todos nós. Precisamos refletir sobre o nosso estilo de vida. Somos solidários com os pobres ou não? Não podemos fechar os olhos, pelo contrário, devemos responder a este problema. A solidariedade é fundamental, a fraternidade - tema do Dia Mundial da Paz do próximo dia 1°, é fundamental", concluiu.

A Rádio Vaticano entrevistou também o Secretário Executivo da Caritas Senegal, Ambroise Tine, sobre a fome no Sahel. Segundo ele, na base do problema está a incapacidade dos líderes políticos.

"Eu sempre disse e com convicção que a África precisa de uma liderança como a de Nelson Mandela, capaz de reconhecer a dignidade humana e lutar para que cada ser humano tenha acesso aos direitos, sobretudo ao direito de viver com dignidade, de ter alimento necessário, água, educação e formação adequada", sublinhou.

O Sahel é rico, mas a população passa fome. "É um escândalo. Temos de pôr fim a este processo de exploração dos povos africanos. É difícil suportar a fome, ir para a cama à noite com seus filhos que não têm nada para comer. É um sofrimento terrível. Faço sempre um apelo para que sejam adotados comportamentos cada vez mais humanos em todos os níveis. Uma pessoa que passa fome na região do Sahel e vê o desperdício se pergunta: Mas são humanas essas pessoas que desperdiçam comida, enquanto eu não tenho o mínimo indispensável?" Concluiu o Secretário Executivo da Caritas Senegal. (MJ)










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