2013-12-09 15:24:48

A convocação do Concílio Vaticano II


Cidade do Vaticano (RV) - RealAudioMP3 No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II - após termos analisado o contexto e os diferentes elementos que criaram condições para a sua realização, vamos recordar hoje a convocação do Concílio.

Analisando o contexto da Igreja no final do Pontificado de Pio XII, a convocação de um Concílio era improvável e mesmo imprevisível. A teologia romana dominante, após as definições do Primado de Pedro e da infabilidade do Magistério do Romano Pontífice promulgadas pelo Vaticano I, julgava que o Papa poderia resolver com seus auxiliares imediatos os problemas da Igreja universal.

A eleição de um pontífice idoso tornava tal fato ainda mais improvável sem falar do clima de incerteza do pós-guerra. No entanto, João XXIII, desde os primeiros dias de seu pontificado, já conversava com seus auxiliares mais próximos sobre a possibilidade de convocar um Concílio.

25 de janeiro de 1959, Sala Capitular da Abadia de São-Paulo-fora-dos-muros. Diante dos Cardeais da Cúria, na conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Papa João XXIII anuncia, inesperada e solenemente, o desejo de convocar um Concílio Ecumênico. A opinião pública foi surpreendida!

João XXIII tinha em mente não apenas «o bem estar do povo cristão», mas também um convite às «comunidades separadas para a busca da unidade». Sem consultas prévias aos Bispos da Igreja universal, como tinha feito Pio IX antes da convocação do Concílio Vaticano I, João XXIII decide esta convocação «por uma repentina inspiração de Deus», apelidando este Concílio como «flor espontânea de uma inesperada primavera».

O anúncio público do Concílio, no entanto, foi feito na Praça São Pedro durante as Vésperas da Solenidade de Pentecostes, em 17 de maio de 1959:

“No final de janeiro, por ocasião da Festa da conversão de São Paulo, anunciávamos o projeto da celebração de um Concílio Ecumênico, que deverá convocar, como em Pentecostes, antes de tudo os Bispos da Igreja, que tem comunhão com a Sé Apostólica. De imensa e profunda preparação reservada com a ajuda do Senhor, à grande santificação do clero, à santificação do povo cristão e encorajante para aqueles que elevam pensamentos de fé e de paz.

Assim, na data de hoje, 17 de maio de 1959, Festa de Pentecostes, no primeiro ato deste extraordinário empenho preparatório, isto é, o anúncio da comissão também preparatória do grande acontecimento.

É uma primeira introdução, isto é, o início de uma série de atos e de constituições, que supõe preparação de pesquisas e estudos imensos, a que poderá dar hoje todas as línguas da terra. É bem natural que para tudo isto ocorram longos meses de difusa elaboração.

Teremos tempo e modo de retornar a este tema reservado a comover o céu e a terra”. (JE)








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