A defesa da dignidade humana em primeiro lugar, afirma Francisco
Città del Vaticano (RV) – Papa Francisco recebeu, no final da manhã deste sábado,
na Sala Clementina do Vaticano, uma delegação de cerca de 200 pessoas do Instituto
“Dignitatis Humanae”, acompanhados pelo Cardeal Renato Raffaele Martino, que lhe fez
uma saudação, em nome dos presentes.
Em seu pronunciamento, o Bispo de Roma
destacou o objetivo do Instituto: “Promover a dignidade humana com base na verdade
fundamental de que o homem é criado à imagem e semelhança de Deus. Logo, uma dignidade
original e insuprível de cada homem e mulher, que não pode ser submetida a nenhum
poder ou ideologia”.
Neste sentido, o Pontífice frisou que “na nossa época,
tão rica de conquistas e esperanças, não faltam poderes e forças que acabam produzindo
uma “cultura do descartável”, que tende a se tornar mentalidade comum”. E o Papa acrescentou:
“As
vítimas de tal cultura são os seres humanos mais fracos e frágeis – os nascituros,
os pobres, os idosos doentes, os portadores de deficiência – que correm o risco de
ser excluídos e expulsos de uma engrenagem que deveria ser eficiente a todo custo.
Este falso modelo de homem e de sociedade prega um ateísmo prático, que nega a Palavra
de Deus: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança’.”
O Papa exortou
os presentes, dizendo que “a Doutrina Social da Igreja, com a sua visão integral do
homem, como ser pessoal e social, deve ser a bússola de todos. Tal Doutrina contém
o fruto, particularmente significativo, do longo caminho do Povo de Deus na história
moderna e contemporânea; contém a defesa da liberdade religiosa, da vida em todas
as suas fases, do direito ao trabalho decente, da família, da educação. E o Pontífice
concluiu:
“Sejam bem vindas todas aquelas iniciativas como a de vocês, que
tendem a ajudar as pessoas, as comunidades e as instituições a redescobrir o alcance
ético e social do princípio da dignidade humana, raiz da liberdade e da justiça”.
Mas,
para que isso se torne realidade, explicou o Papa, é preciso uma obra de sensibilização
e de formação, para que os fiéis leigos, especialmente os que trabalham em campo político,
saibam agir, segundo o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja; porém, o façam com
coerência, dialogando e colaborando com aqueles que, com sinceridade e honestidade
intelectual, compartilham pelo menos da visão do homem e da sociedade, com suas consequências
éticas. (MT)