Pregação de Advento ao Papa e à Cúria Romana: "Francisco de Assis e a reforma da Igreja"
Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre participou, na manhã desta sexta-feira,
na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, da primeira pregação de Advento, pronunciada
pelo Padre Raniero Cantalamessa, pregador oficial da Casa Pontifícia.
Foram
convidados para a meditação, também os Cardeais, Arcebispos, Bispos, os Secretários
das Congregações, os membros da Cúria Romana e do Vicariato de Roma, Superiores gerais
e procuradores das Ordens religiosas, que fazem parte da Capela Pontifícia.
Durante
as três primeiras sextas-feiras de Advento, em preparação ao Natal, Padre Cantalamessa,
da Ordem dos Frades Capuchinhos, escolheu meditar sobre os seguintes temas: “Francisco
de Assis e a reforma da Igreja: o caminho da santidade”, “A humildade de Francisco
de Assis: o caminho evangélico de fraternidade e de paz”, “Com São Francisco diante
do mistério da Encarnação: a pobreza de Cristo e a de Francisco.
Na sua primeira
pregação, hoje, Padre Raniero meditou sobre o tema: “Francisco de Assis e a reforma
da Igreja: o caminho da santidade”, colocando em evidência a natureza do retorno de
Francisco de Assis ao Evangelho, ou seja, Francisco como exemplo típico da reforma
da Igreja, através do caminho de santidade.
O Frei Capuchinho dividiu o tema
desta sua primeira reflexão em quatro pontos: “a conversão de Francisco”; “Francisco
e a reforma da Igreja”; “Francisco e o retorno ao Evangelho”; e “Como imitar Francisco”.
A
“conversão de Francisco” dependeu da sua decisão de mudar completamente de
vida, a partir do mandamento evangélico: “Ama ao próximo como a ti mesmo” e “se quiser
ser perfeito, vai e vende tudo e dá aos pobres e, depois, vem e segue-me”. Logo, o
Pobrezinho de Assis passou de uma vida de riqueza social a uma pobreza radical, compartilhando
da vida dos últimos, dos excluídos, dos aflitos e necessitados.
Ao ter optado
por Cristo, na pessoa dos pobres, Francisco reuniu alguns companheiros, com os quais
procurou “reformar a Igreja”, a partir do seu aspecto institucional: “Vai e
constrói a minha Igreja, que está em ruína”. Ele, então, começou com a reconstrução
material da igrejinha de São Damião. Mas, Deus queria dele uma reforma, no sentido
mais profundo e institucional, mediante o caminho da santidade.
Desta forma,
Francisco de Assis levou a sério o Evangelho: “Vá anunciar a todos o Reino de Deus
e curar os doentes... sem levar nada consigo”. Logo, um “retorno simples e
radical ao Evangelho”, pregado pelo próprio Jesus: restabelecer a forma e o
estilo de vida de Jesus e dos Apóstolos no mundo. Eis o verdadeiro programa de Francisco
para renovar o rosto da Igreja, através da santidade e da penitência.
Por fim,
Padre Raniero Cantalamessa apresentou, para a reflexão do Papa e da Cúria Romana,
um último ponto: “Como imitar Francisco” em nossos dias. Para uma verdadeira
reforma da Igreja, o pregador sugeriu começar por uma “conversão pessoal, renegando-se
a si mesmo e seguindo a Cristo”. Para atingir a alegria e a paz da vida cristã, no
seio da Igreja e no mundo, concluiu o Capuchinho, é preciso dizer: “Não sou mais eu
que vivo, mas é Cristo que vive em mim!”. (MT)