Papa aos teólogos: "Estar perto dos pobres torna mais inteligente e sábio"
Cidade do Vaticano (RV) – “Deus não é uma ameaça para o homem!”, disse o Papa
Francisco recebendo, esta manhã, no Vaticano, os membros da Comissão Teológica Internacional,
que encerram esta sexta-feira sua Sessão Plenária.
Em seu discurso, o Pontífice
definiu os teólogos como “pioneiros” do diálogo da Igreja com as culturas, já que
a missão deles é ouvir, discernir e interpretar as várias linguagens do nosso tempo
e julgá-las à luz da Palavra de Deus, para que a verdade revelada seja compreendida
sempre mais profundamente.
Comentando o tema debatido pela Plenária, ou seja,
a relação entre monoteísmo e violência, o Papa reiterou que a Revelação de Deus constitui
realmente uma Boa Nova para todos os homens.
“Deus não é uma ameaça para o
homem! A fé no Deus uno e três vezes santo não é e jamais pode ser geradora de violência
e de intolerância. Pelo contrário, o seu caráter altamente racional lhe confere uma
dimensão universal, capaz de unir os homens de boa vontade. Por outro lado, a Revelação
definitiva de Deus em Jesus Cristo torna impossível recorrer a qualquer violência
‘em nome de Deus’.”
A paz, disse ainda Francisco, está no centro da doutrina
social da Igreja, que tem a finalidade de traduzir na concretude da vida social o
amor de Deus pelo homem, que se manifestou em Jesus Cristo. E a Igreja é a primeira
que deve viver em si mesma esta mensagem social que oferece ao mundo, afirmou, através
de relações fraternas entre os fiéis, da autoridade como serviço, da compartilha com
os pobres.
“O teólogo, então, deve permanecer em escuta da fé vivida dos humildes
e dos pequenos, aos quais o Pai revelou aquilo que escondeu aos doutros e aos sábios”,
disse o Papa, citando Bento XVI.
Por isso, prosseguiu o Pontífice, a missão
do teólogo é ao mesmo tempo fascinante e de risco. É fascinante porque a busca e o
ensinamento da Teologia podem se tornar um verdadeiro caminho de santidade. Mas é
de risco porque comporta tentações: a aridez do coração, o orgulho e até mesmo a ambição.
“Aproximar-se dos pequenos e dos pobres ajuda a se torna mais inteligente
e mais sábio. Não se trata de propaganda jesuítica, mas penso em Santo Inácio de Loyola,
que aos professos pedia o voto de ensinar catequese às crianças para entender melhor
a sabedoria de Deus”, disse o Papa, que concluiu:
“Que Nossa Senhora permita
a todos os teólogos e teólogas crescer no espírito de oração e devoção e, assim, com
profundo sentido de humildade, serem verdadeiros servidores da Igreja.”