Cidade do Vaticano (RV) - A fidelidade dos batizados
é condição primordial para o anúncio do Evangelho e para a missão da Igreja no mundo.
Para manifestar diante dos homens sua força de verdade e de irradiação, a mensagem
da salvação deve ser autenticada pelo testemunho de vida dos cristãos: “O próprio
testemunho da vida cristã e as boas obras feitas em espírito sobrenatural possuem
a força de atrair os homens para a fé e para Deus”. É que nos diz o parágrafo 2044
do Novo Catecismo.
O discípulo de Cristo, não deve apenas guardar a fé e nela
viver, mas também professá-la, testemunhá-la com firmeza e difundi-la. O testemunho
é a transmissão da fé em palavras e atos. O Cristão não deve se envergonhar de dar
testemunho de sua fé. O testemunho é um ato de justiça que estabelece ou dá a conhecer
a verdade.
Mas, como falar de Deus?
É o tema da reflexão do Monsenhor
Luiz Antonio Catelan para a edição de hoje do nosso espaço 20 Anos do Novo Catecismo:
“Continuando
as nossas reflexões sobre o Catecismo da Igreja Católica, hoje vamos refletir a respeito
de, ‘Como falar de Deus’, porque a fé busca comunicação, ninguém tem fé somente para
si. Nós precisamos nos comunicar a respeito daquelas coisas, daqueles valores, daquelas
experiências que dão sentido à nossa vida. E quando se trata de fé é um motivo a mais
para isto, porque Nosso Senhor, quando despertou a fé no coração dos Apóstolos, deu
a eles também a determinação de anunciar a todos esta mesma fé. Então, é próprio da
fé a necessidade de anunciar. Daí a importância de nos perguntarmos a respeito de
‘Como falar de Deus?”.
Se se trata de falar de Deus para alguém que
já tem inicialmente a fé ou algum conhecimento da Escritura, ou algum conhecimento
do cristianismo, o ponto de partida é mais simples. A gente começa a partir de um
ponto em comum, daquilo que já se tem em comunhão com aquela pessoa. Mas a pergunta
pode ficar ainda mais grave, quando se pergunta ‘como falar de Deus para alguém que
não conhece a Escritura’, alguém que se professa agnóstico ou realmente não tem a
graça, a experiência da fé. Aí é que o Catecismo da Igreja Católica nos fala então,
na capacidade da razão.
Já refletimos uma vez a respeito da capacidade
da razão para conhecer a Deus. Portanto, falar de Deus, partindo do seu nível mais
elementar, é partir daquilo que a razão mesma pode conhecer a respeito de Deus, de
que Ele existe, de que Ele é o Criador de todas as coisas e portanto bom, pois fez
todas as coisas boas, infinitamente sábio, pois se pode perceber uma grande perfeição
em toda a Criação; então a existência de Deus, sua bondade, sua perfeição, sua sabedoria.
São
estes atributos básicos iniciais para o nosso discurso, para o nosso falar a respeito
de deus com as pessoas que não tem ainda a graça da fé”.