Igreja, Arte e Imagens. Um Simpósio para recordar os 450 anos do Concílio de Trento
Roma (RV) – Por ocasião dos 450 anos de encerramento do Concílio de Trento,
a Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, promove o Simpósio “Para instruir,
recordar, meditar e colher os frutos”, a ser realizado nos dias 2 e 3 de dezembro.
O evento é organizado pela Faculdade de História e Bens Culturais da Igreja, da mesma
Universidade.
O Concílio de Trento promulgou o Decreto sobre “imagens sagradas”
no decorrer de sua última sessão realizada em 3 e 4 de dezembro de 1563, reafirmando
o seu valor para a veneração e instrução. Este acontecimento oferece a oportunidade
para aprofundar no encontro, o tema ‘A Igreja, a arte e as imagens sacras’.
“Muitas
vezes – afirmam os organizadores do evento – este Decreto é recordado apenas para
algumas aplicações, como os ‘braghettoni’ da Capela Sistina, desconhecendo o seu aspecto
propriamente afirmativo. O Decreto pretendia, em primeiro lugar, conter a onda iconoclasta
que varreu os países protestantes, levando à destruição de crucifixos, igrejas e mosteiros”.
Neste
sentido, serão apresentados alguns documentos inéditos do sucessor de Inácio de Loyola
à frente da Companhia de Jesus, Padre Diego Laínez. Convidado a participar do Concílio
de Trento, o Padre Laínez elaborou uma verdadeira “teologia das imagens”, que influenciou
a gênese do Decreto. “Trata-se de cerca 30 folhas – explicou a Professora Lydia Salviucci
Insolera – nas quais é elaborado o complexo pensamento dos jesuítas em relação às
imagens sacras. Laínez defendeu sua função simbólica, esclarecendo que não se adora
imagens, mas “àquilo que ela me representa”. Ele advertia, além disto, que dentro
da Igreja o uso das imagens deveria ser corrigido somente quando se tratasse de um
autêntico abuso, fornecendo os critérios para compreender o que fosse o abuso e o
que não”.
O Simpósio desenvolver-se-á em duas linhas: de um lado o significado
teológico da imagem sacra entre o Oriente e o Ocidente. De outro, o âmbito histórico,
voltado a compreender as repercussões do Decreto no desenvolvimento das correntes
artísticas pós-tridentinas.
Entre os relatores, estarão reconhecidas autoridades,
como o teólogo dominicano François Boesflug, da Universidade de Estrasburgo’ e o Prof.
Paolo Prodi, da Universidade de Bolonha, conhecido pelos seus estudos sobre o significado
da arte figurativa dentro da reforma Católica.
O programa do simpósio pode
ser conferido no site: