Concílio Vaticano II: Como se deu a mudança de mentalidade na Igreja, que passou a
assumir a modernidade
Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço Memória
Histórica, dedicado aos 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar hoje a refletir
hoje sobre como o contexto social influenciou o Concílio.
No período que antecedeu
o Concílio Vaticano II, a Igreja vivia um momento muito hostil à modernidade. Condenava
e liberdade e uma certa igualdade, pois defendia que uma determinada ordem clássica
constituída por Nobreza, Clero e Classes inferiores, representava um projeto divino.
Uma sociedade que quisesse reduzir esta organização a um denominador comum era considerada
contrária à vontade de Deus.
O Concílio Vaticano II surge como uma resposta
a esta visão. Mesmo porque, dentro da Igreja, já existiam movimentos que tomavam distância
desta postura antagônica à modernidade, ao mesmo tempo que assumiam uma posição crítica
em relação ao capitalismo e ao socialismo, indicando no entanto, pontos positivos
como a associação de operários, a intervenção do Estado e a defesa da democracia.
Mas
quem criou um clima social aberto foi João XXIII. As Encíclicas Mater et Magistra
e Pacem in Terris, propiciaram um ambiente que permitiu à Igreja assumir a
modernidade.
No Programa de hoje, o sacerdote jesuíta João Batista Libânio,
que tem nos acompanhado nesta fase da contextualização, nos fala sobre esta mudança
de mentalidade, em que os grandes eventos sociais da modernidade, antes considerados
contrários à vontade de Deus, passam a ser vistos como sinais dos tempos e manifestação
do projeto divino.