Médio Oriente e situação dos cristãos aí: a preocupação do Papa, que recebeu Patriarcas
e Arcebispos Maiores
A “grande
preocupação” que suscitam as condições de vida dos cristãos no Médio Oriente, devido
em particular às “tensões e conflitos” ali em curso – foi sublinhada nesta quinta-feira
de manhã pelo Papa Francisco, recebendo no Vaticano os participantes na assembleia
plenária da Congregação para as Igrejas Orientais, juntamente com todos os Patriarcas
e Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais do Médio Oriente, da Europa Oriental e
da Índia, já recebidos anteriormente.
“Suscitam grande preocupação as condições
de vida dos cristãos que em muitas partes do Médio Oriente sofrem de maneira particularmente
forte perante as consequências das tensões e dos conflitos em curso.”
O Santo
Padre mencionou expressamente a Síria, o Iraque e o Egipto e “outras áreas da Terra
Santa”, onde se derramam muitas lágrimas. Uma situação que não pode ser esquecida.
O Bispo de Roma (assegurou) não descansará enquanto houver homens e mulheres, de qualquer
religião, feridos na sua dignidade, privados do necessário para sobreviver, sem futuro,
constrangidos à condição de refugiados.
“Hoje, juntamente com os Pastores
das Igrejas do Oriente, fazemos apelo a que se respeite o direito de todos a uma vida
digna e a professarem livremente a própria fé. Não nos resignamos a pensar o Médio
Oriente sem os cristãos, que desde há dois mil anos ali professam o nome de Jesus,
inseridos - como cidadãos a pleno título – na vida social, cultural e religiosa das
nações a que pertencem”.
Esta assembleia plenária da Congregação para
as Igrejas Orientais, que se conclui amanhã, tem como tema “As Igrejas Orientais Católicas,
a 50 anos do Concílio Ecuménico Vaticano II” e contou com a presença de todos os Patriarcas
e Arcebispos das Igrejas Orientais Católicas, não só no Médio Oriente mas também na
Europa Oriental, na Índia e nas respectivas comunidades da diáspora. Esta manhã,
às 8 horas, numa capela da basílica de São Pedro, o Cardeal Sandri, Prefeito da Congregação
das Igrejas Orientais, concelebrou com os membros da assembleia plenária, com a participação
de representações dos Colégios e Instituições Orientais de Roma, para invocar o dom
da paz e da reconciliação na Terra Santa, no Iraque, no Egipto e em todo o Médio Oriente.
Aos Patriarcas e Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais Católicas, recebidos
esta manhã, o Papa Francisco pediu um testemunho credível no exercício do ministério
e na administração dos bens.
“Para que o nosso testemunho seja credível,
somos chamados a procurar sempre a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência
e a mansidão; a um estilo de vida sóbrio, à imagem de Cristo, que se despojou para
nos enriquecer com a sua pobreza; ao zelo incansável e àquela caridade ao mesmo tempo
paterna e fraterna, que os Bispos, os presbíteros e os leigos, especialmente quando
vivem sós e marginalizados, esperam de nós.”
Evocando especialmente
o caso dos padres “carecidos de compreensão e apoio, mesmo a nível pessoal”, o Papa
insistiu sobre o “bom exemplo” que todos têm o direito de esperar dos mais responsáveis,
e isso em todas as actividades eclesiais. O que significa nomeadamente “transparência
na gestão dos bens e solicitude para com todas as fraquezas e necessidades”. Concretizando
sempre “aquela autêntica prática sinodal que caracteriza as Igrejas do Oriente”.
Os
Patriarcas e Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais almoçaram hoje com o Papa Francisco,
na Casa de Santa Marta. Eram eles:
o Patriarca de Antioquia dos Maronitas
(Líbano) – cardeal Boutros Rai; o Patriarca de Alexandria dos Coptas (Egipto)
– Ibrahim Sidrak; o Patriarca de Antioquia dos greco-Melquitas Católicos – Gregório
III Laham; o Patriarca de Antioquia dos Sírios – Youssif III Younan; o Patriarca
de Babilónia dos Caldeus (Iraque) – Louis I Sako; o Patriarca de Cilícia dos Arménios
– Nerses Tarmouni; o Arcebispo Maior da Igreja Sírio-Malabar (ìndia) – cardeal
Alencherry; o Arcebispo Maior de Alba Julia (Roménia) – cardeal Muresan; Arcebispo
maior de Trivandum dos Sírios-malankareses (ìndia) – card. Thottunkal; o Arcebispo
Maior de Kiev (Ucrânia) – Shevchuk; e finalmente o Patriarca Latino de Jerusalém
– Fouad Twal.
Foto: Papa em reunião com estes Patriarcas e arcebispos maiores,
nesta quinta-feira, no Vaticano